Oi mãe tô na Califórnia morando numa van vintage chamada Lolita. Ela não é uma Kombi, como sempre sonhava, mas é muito charmosa, uma moça recatada e de família, rs.
Os dias aqui são quentes, não há nuvens no céu e as praias são lindas.
As pessoas aqui param pra te dão bom dia, cada loja tem potinhos com comida e água para os cachorrinhos e tem até uma praia só para cachorros, sabia?
Eu sei, mãe, eu não estou na faculdade e não tenho um trabalho na área onde me formei, mas hoje eu sou o que melhor sei ser de mim mesma. Hoje a minha casa é onde meus pés estão e minhas coisas cabem tudo na minha mochila, a Monstra, minha velha amiga de estrada.
Hoje eu não vivo preocupada se vou chegar em casa viva e com meus pertences, se amanhã vou vou demitida ou não por causa da crise.
Hoje eu trabalho para conseguir viajar amanhã. É bar, babá, faxineira, até designer de sobrancelhas e etc…, mas quem importa? Quem sabe se todo mundo experimentasse vários níveis e tipos de trabalho menosprezariam menos os outros…
Hoje eu tenho 20 anos, em 10 meses viajando sinto que vivi uns 10 anos da minha vida, de tanta história que tenho, até cabelo branco já nasceu sabia? Rsrs.
Ah, e as histórias. Tenho tanta história pra contar… Nem todas são bonitas, mãe, nem todas são de sucesso e flores, mas todas me tornaram essa Elisa que sou hoje.
Como queria hoje sentar para tomar um cafézinho da tarde daqueles que tu fazia, comer um pãozinho com manteiga, com direito a suco natural de laranja feitinho na hora pelas tuas mãos e ouvindo tu dizer: “O meu pai fazia suco assim para nós também”.
Não sou o padrão de filha, não tenho graduação em universidade federal e muito menos um emprego fixo com salário bom, mas hoje espalho todo esse amor pela vida que transborda no meu peito. Espalho sorrisos e semente de amor no coração das pessoas. O melhor presente que recebo é ouvir dos outros que eu, de alguma forma, contribui positivamente no dia, na semana ou na vida delas.
Hoje tu pode dizer que é mãe de uma mulher de 20 anos que viaja sozinha pelo mundo.
Durante todo esse tempo viajando sozinha, busquei inspiração em outras mulheres fortes e uma delas foi tu.
Muitas vezes, sozinha, me vejo em situações que me faz ter vontade de desistir de tudo e correr para o teu colo e só chorar, mas eu engulo o choro e repito pra mim mesma muitas vezes: “Eu consigo passar por isso.”, “Eu consigo isso, se alguém consegue eu consigo também”, “Eu posso ser tudo aquilo que eu quiser”.
Como eu queria, de alguma forma, ajudar outras mulheres, como eu queria compartilhar tudo isso com uma quantidade grande de pessoas e mostrar o quão a vida pode ser linda e que podemos sim viver sozinhas.
Ser mulher na estrada foi a dificuldade que mais enfrentei desde que viajo. Foi quando eu realmente comecei a odiar o machismo com todas as minhas forças. O que me faz ser mais forte ainda e não cale a boca para muitas coisas que eu vejo. Porque a mulher não pode se calar! A mulher pode ser livre e ir atrás dos seus sonhos, mesmo que esse pareça quase impossível e se libertar de homens que massacram a vida de suas esposas até elas gritarem por dentro pedindo socorro. Até elas estarem despedaçadas com pressão psicológica. Até a depressão ser a sua companheira diária.
Hoje a única coisa que me faz sofrer é a saudade. Saudade dos que já foram, saudades das pessoas que conheci e que provavelmente nunca mais vou voltar a ver.
Hoje a única coisa que me faz sofrer é a saudade. Principalmente de ti, mãe.
E é por isso que o livro que estou escrevendo da minha viagem é dedicado a ti, mãe, porque tu é uma das mulheres mais fortes que já conheci em toda a minha vida!
Te amo.
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