Minha avó não foi uma mãe perfeita para minha mãe. Minha mãe não foi uma mãe perfeita para mim. Eu, certamente, não sou uma mãe perfeita para meus filhos.
E minha filha não será uma mãe perfeita para os filhos dela. E isso é maravilhoso, posto que a perfeição não existe. A gente vai sendo mãe um pouquinho a cada nova experiência, alegria ou desafio. A gente acerta às vezes. A gente erra às vezes.
Mas a coisa mais bonita desse amor intenso e imperfeito é que quanto mais o tempo passa, melhores coisas brotam de nós. Quando a gente acerta, o coração fica feliz.
Quando a gente erra, a gente pede perdão. E ensinar a perdoar é um inequívoco ato de amor.
E o mundo anda precisando mesmo é de amor! Daquele amor, sem risco calculado, e liberto de definições. Amor possível que dá a cada um de nós a oportunidade de exercer diferentes papéis. Amor que invade tudo com a simplicidade necessária para tirar de nossas costas o peso insuportável de uma ditadura afetiva qualquer. Para ser mãe, não é preciso amar incondicionalmente; mas é absolutamente necessário que se esteja disposto a descobrir formas inclusivas de amar. Ser mãe não é particularidade feminina. Aliás, a beleza reside nisso: é possível ser mãe, sendo mulher ou homem; porque a maternidade é da categoria das coisas que abrangem, não das que limitam.
ABRIR OS BRAÇOS E A MENTE PARA TODA FORMA DE AMAR
A vida não cansa de nos lançar perguntas novas para nos tirar da confortável poltrona dos saberes definitivos. Ainda bem! E, ainda que muitos insistam em fazer “ouvidos moucos”, teimem em fingir que a pergunta não é para ele… Ainda assim, a mais irredutível e inatingível das pessoas, uma hora tem que se confrontar com o fato inquestionável: não há verdade que dure mais de alguns dias (às vezes horas, ou até minutos), sem ser questionada. Para essas pessoas a vida reserva abordagens bem menos ignoráveis do que as mansas perguntas. Diante do pouco caso, a vida usa de verdadeiros Tsunamis para nos desorganizar. E, se não for por bem, será pela força que seremos arrancados de nossas torres de certeza. E aqueles que insistirem na ignorância hão de ficar tão sós com suas preciosas verdades que, um dia, acabarão por retroceder e lamentar não ter compreendido que o amor não suporta fórmulas prontas.
MÃES POSSÍVEIS
A maternidade é uma experiência intensa e desorganizadora. Diante da iminência de gerar um filho, dentro ou fora da própria barriga, a pessoa parece ter sido presenteada com um baú mágico cheio de lentes especiais; uma para cada dia da vida, até que a vida termine. Não ousemos imaginar que seremos contemplados com uma vida cor de rosa, cheia de bilhetinhos amorosos e experiências idílicas e perfeitas. Essa é uma escolha (sim, é uma escolha!), que ao ser feita, transformará nossa rotina de forma inquestionável. Assim que tomamos a decisão de ser mãe, abrimos mão de ver o mundo com os mesmos olhos todos os dias. Todos os dias descobrimos uma porção nossa desconhecida, capaz de feitos inimagináveis que vão desde curar dor de tombo com um sopro mágico, até curar dor de amor com uma xícara de chocolate quente. E junte-se a essa desafiadora tarefa, a vida profissional, afetiva, acadêmica e o que mais seja esperado na existência de um ser humano que continua a existir individualmente; apenas optou fazer caber nessa vida uma nova vida pela qual se responsabilize, material e emocionalmente.
UM GRANDE DESAFIO
É! Ninguém disse que seria fácil. Nada de manual de instrução, garantias ou previsões certeiras. No entanto, pouco importa se o filho nasceu do encontro de um óvulo com um espermatozoide dentro de nós, foi gerado a milhares de quilômetros ou só veio a nos conhecer como mãe, já com alguns anos contados. Dentro de cada um de nós, homens ou mulheres, mora uma mãe. Esse ser mitológico, com poderes terrenos e afetivos, que também falha, sente insegurança, medo e cansaço. Portanto, se você é uma dessas pessoas que se dispôs a tão desafiadora tarefa, não espere um carrossel no parque; mas espere uma vida de possibilidades e inúmeras experiências que o levarão às mais diferentes formas de amar.
ADOTAR UMA CRIANÇA É CARREGAR UM CORAÇÃO FORA DO PEITO
A palavra adoção tem origem do latim “adoptio”, que em nossa língua significa “tomar alguém como filho”. Ação de adotar, tomar para si com cuidados. Sendo assim, todos os filhos são adotados. E, se não o forem, alguma coisa estará tremendamente equivocada. As experiências de relatos de adoção trazem em si uma revelação de iluminar a alma: a grande maioria dos pais que se dispuseram a adotar uma criança, nascida biologicamente de outro casal, contam que foram escolhidos pela, ou pelas crianças. A experiência é descrita como um encontro de almas, proporcionado pelo encontro de olhares. Os olhos, sempre os olhos! E não será assim também com os filhos nascidos do nosso próprio útero?! Tem que ser! Tomar alguém para si com cuidados é, sem dúvida, um compromisso racional e amoroso com forte poder de transformação pessoal. Então… Fica aqui um convite àqueles que possuem um coração capaz de amar incondicionalmente: Tratemos de adotar como filhos, aqueles que nasceram de nós, e aqueles que nunca tocaremos com nossas próprias mãos; mas, que somos capazes de tocar com cuidados assumidos, numa missão de sermos “mães do mundo”! E que tenhamos, então, de fato, UM FELIZ DIA DAS MÃES, em todos os dias de todos os anos!
MUDE UMA VIDA
Ao apadrinhar uma criança de uma das comunidades apoiadas pela ActionAid, você passa a apoiar projetos nas áreas de alimentação, saúde, educação, direito das mulheres e afrodescendentes e moradia, sempre em parceria com uma organização da própria comunidade. A criança e todos os que vivem naquela região são beneficiados, desenvolvendo meios e criando oportunidades para superar a pobreza. Com a ActionAid, você tem a certeza de gerar benefícios reais que vão mudar a vida de uma criança e de sua comunidade. Conheça algumas histórias de crianças que precisam de ajuda para mudar suas vidas.