Imagem: saudosa Dona Canô
Mãe é o personagem de nossas vidas que mais marca. Primeiro, por questões biológicas. O útero nos abriga e nos forma. Lá, somos apenas crescimento. Segundo, por questão de roteiro. A nossa história progride na medida em que somos envolvidos em seus cuidados.
Mas nem toda mãe ama. É um mito forte aquela história de que “mãe é mãe.” Basta observar o abandono. Não nos cabe, também, aquela arma de julgamento, porque nada é mais difícil do que ser mãe. Há quem não suporte a dificuldade e fuja.
Atire a primeira condenação quem nunca fugiu diante de um obstáculo!
Eu mesmo nasci homem porque não suportaria ter um útero.
A mulher tem um órgão, no corpo, que gera uma infinidade de outros órgãos. Assustador. Talvez disso nasçam os machismos. O homem tenta diminuir o papel delas na sociedade, pois sabe que é mais frágil. Mal gera os próprios desejos…
Se existe algum sexo fraco e perdido, só pode ser o nosso, meus amigos, e não adianta a gente ficar por aí querendo humilhá-las. Impondo a cor do batom, o tamanho da saia, com quem elas devem sair ou quais pensamentos necessitam ter. Essas agressões só revelam o quanto somos caídos.
Se quisermos levantar, valorizemos as mainhas, inclusive as que decidiram não ter filhos. As que decidiram ser nada do que nossos receios quiseram que fossem.
E, se você anda reclamando do preço da gasolina, fica o aviso: mainhas são os combustíveis do mundo. Tão caras que o dinheiro se envergonha de tentar comprá-las.
Inspirado em Mainha Me Ensinou, de Maria Rita
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