Marcel Camargo

Mais do que a gordura dos alimentos, o que nos mata é a toxina das pessoas

A gente se preocupa muito com o que come, de tanto que lê sobre a qualidade ou não dos alimentos que existem por aí. Nutricionistas e afins alertam constantemente sobre quais alimentos fazem bem e quais fazem mal. Cuidar da alimentação é necessário, mas não podemos nos esquecer de também cuidar de nossa alma, de nossa mente.

Sedentarismo faz mal, comer errado faz mal, viver com pessoas erradas também. Tudo nesta vida requer equilíbrio e limites. Balancear calorias, atividades físicas e higienização mental é preciso, pois focarmos apenas um lado nos deixa vulneráveis nos demais. Temos que atentar para nosso prato de comida e para quem está ali comendo junto. Tanto um quanto o outro têm importância.

Vez ou outra, ficamos sabendo, por exemplo, de alguém cuja vida era regrada, à base de exercícios e de cuidados com alimentação, mas que acabou infartando ou morrendo com algum problema de saúde. Logicamente, existe a forte influência do componente genético, porém, jamais podemos ignorar o quanto adoecemos por conta de sentimentos mal resolvidos, de afetos mal articulados, de mágoas acumuladas, de pessoas tóxicas.

Por essa razão é que o estabelecimento de limites, em todos os setores de nossas vidas, é tão importante. É por isso que precisamos verbalizar nossos sentimentos, expressar nossos descontentamentos, deixar claro o que permitimos e o que não. Se não nos impusermos nesse sentido, estaremos abrindo espaço para quem não sabe ocupar lugar algum, para quem desconhece limites, para quem suga, usa, manda e desmanda, sem pensar no outro.

O que importa é ter saúde física e mental. O que importa é cuidar do corpo e da mente, na mesma medida – isso é sabedoria milenar. Mesmo que a cultura do status e das aparências esteja em alta, descuidar de nossas necessidades íntimas pode ser fatal. É fato que sentimentos doloridos e companhias venenosas também nos adoecem, tanto quanto uma vida desregrada e descuidada em relação ao nosso corpo físico.

Portanto, cuidemos do que nos reveste e do que nos preenche a essência. Ambos importam. Mais do que os alimentos gordurosos que ingerimos, o que nos mata são as mágoas que acumulamos e as pessoas tóxicas que nos rodeiam.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

Recent Posts

Nova série de suspense da Netflix tem 6 episódios viciantes e um desfecho surpreendente

Você não vai querer sair da frente da TV após dar o play nesta nova…

10 horas ago

Somente 3% das pessoas é capaz de encontrar o número 257 na imagem em 10 segundos

Será que você consegue identificar o número 257 em uma sequência aparentemente interminável de dígitos…

11 horas ago

Com Julia Roberts, o filme mais charmoso da Netflix redefine o que é amar

Se você é fã de comédias românticas que fogem do óbvio, “O Casamento do Meu…

23 horas ago

O comovente documentário da Netflix que te fará enxergar os jogos de videogame de outra forma

Uma história impactante e profundamente emocionante que tem feito muitas pessoas reavaliarem os prórios conceitos.

1 dia ago

Nova comédia romântica natalina da Netflix conquista o público e chega ao TOP 1

Um filme charmoso e devertido para te fazer relaxar no sofá e esquecer dos problemas.

1 dia ago

Marcelo Rubens Paiva fala sobre Fernanda Torres no Oscar: “Se ganhar, será um milagre”

O escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou o filme Ainda Estou Aqui,…

2 dias ago