Imagem de capa: Vadven, Shutterstock
Nada supera a tranquilidade de repousar a cabeça no travesseiro e dormir em paz. Uma paz que veio depois de muito tempo e de muitas quedas. Porque, às vezes, podemos passar a vida inteira procurando pessoas para perdoarmos, mas nenhuma delas importa tanto quanto o nosso próprio perdão.
Não há o porquê de tirarmos méritos do perdão ao próximo. Sempre será importante colocar-se no lugar do outro. Tentar entender e reconhecer atitudes e falas que fizeram determinada pessoa cometer um erro que nos abalou a confiança e coração. Ainda assim, muitas vezes já vínhamos carregando erros dos quais nos arrependemos. Gestos passados que, vez ou outra, assombram-nos durante o sono. Não perder de vista o autoconhecimento é fundamental para encontrar calmaria. Saber reservar para si momentos de contemplação e silêncio. Tudo isso diminui o peso dos ombros e traz fôlego ao corpo cansado.
O perdão não tem nada a ver com passar uma borracha por cima de alguma história. Também, nem sempre é sobre seguir em frente e fingir que nunca aconteceu. Perdão é enxergar dentro de você no meio da tempestade, onde ninguém pode mostrar o caminho para mares mais pacíficos. Não existe solidão sem perdoar. Não existe estar com alguém sem perdoar. Perdões significam movimentos contínuos para quem está interessado em evoluir como ser humano.
Outro dia desses, finalmente percebi que não precisava mais medir sentimentos perto dos outros. Finalmente entendi que, para ter um mínimo de felicidade e vontade de viver, deveria parar de me preocupar em quantas desculpas posso ouvir e dizer. Felizmente enxerguei que, antes de nutrir qualquer relação, o foco ainda sou eu. Para isso, me perdoar foi a melhor coisa que já fiz e nada supera isso.
É a única cura que sempre importou.
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