Casos de morte e sumiço de abelhas são cada vez mais frequentes nos Estados Unidos e na Europa desde o início deste século. No Brasil, estudiosos destacam episódios alarmantes a partir de 2005. E a situação agora parece ter atingido o seu ápice. Segundo levantamento da Agência Pública e Repórter Brasil, em três meses (de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019), mais de 500 milhões de abelhas foram encontradas mortas por apicultores apenas em quatro estados brasileiros.
De acordo com estimativas de Associações de apicultura, secretarias de Agricultura e pesquisas realizadas por universidades, foram 400 milhões de abelhas mortas no Rio Grande do Sul, 7 milhões em São Paulo, 50 milhões em Santa Catarina e 45 milhões em Mato Grosso do Sul.
Especialistas e pesquisas laboratoriais dão conta de que o principal causador deste fenômeno é o contato com agrotóxicos à base de neonicotinoides e de Fipronil, produto proibido na Europa há mais de uma década. Esses ingredientes ativos são inseticidas, fatais para insetos, como é o caso da abelha, e quando aplicados por pulverização aérea se espalham pelo ambiente.
As abelhas são as principais polinizadores da maioria dos ecossistemas do planeta. Voando de flor em flor, elas polinizam e promovem a reprodução de diversas espécies de plantas. No Brasil, das 141 espécies de plantas cultivadas para alimentação humana e produção animal, cerca de 60% dependem em certo grau da polinização deste inseto. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 75% dos cultivos destinados à alimentação humana no mundo dependem das abelhas.
A morte dos polinizadores por contato com os agrotóxicos pode ocorrer de vários modos. O mais comum é quando a abelha operária sai para a polinização. Muitas acabam morrendo na hora, outras ficam desorientadas e infectadas. A partir daquele momento elas tentam voltar a colmeia, mas muitas não resistem ao caminho. As que conseguem voltar acabam infectando toda colmeia — o enxame acaba morto em pouco mais de um dia.
De acordo com a Lei Federal 7.802/89, a Lei dos Agrotóxicos, quem deve fazer a fiscalização do uso são os órgãos estaduais. Portanto, todo problema decorrente do uso desses químicos deve ser informado às secretarias de Meio ambiente ou de Agricultura dos estados.
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Redação CONTi outra. Com informações de Revista Galileu
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