Na noite da última sexta-feira, um menino de 13 anos sentiu na pele os efeitos da falta de empatia que infelizmente acomete algumas pessoas. O garoto vendia trufas em um semáforo do bairro Retiro, em Jundiaí, interior de São Paulo, quando um mulher resolveu comprar toda a sua mercadoria. Feita a venda, o garoto acabou descobrindo que tinha recebido como pagamento uma nota falsa de R$100. Ao se ver diante da face mais egoísta do ser-humano, o menino não pôde sregurar o choro.
O adolescente descobriu o golpe quando foi a um supermercado para comprar mantimentos para a sua casa com o dinheiro das vendas. Um segurança do local o avisou sobre a nota falsa.
Segundo a mãe do menino, uma dona de casa de 31 anos, o garoto vai todo dia depois das aulas, por volta das 17h, para o semáforo do bairro vender as trufas porque sonha ser um empreendedor.
O menino é o mais velho entre cinco irmãos e, de acordo com a mãe, usa o dinheiro para comprar “coisas de crianças”. O pai dele trabalha como servente de pedreiro.
“Uma pessoa passou no semáforo e comprou toda a mercadoria dele com uma nota de R$ 100 falsa, levando 20 trufas. Ele vende cada uma a R$ 5, o que dava certinho o valor da cédula. Meu filho faz isso para comprar coisas para ele mesmo e sempre diz para mim que sonha ser empreendedor ou vendedor no futuro. Para isso, busca aprender desde cedo”, contou a mãe ao portal UOL.
A mãe contou que, mesmo levando uma vida bastante simples, o menino trabalha no semáforo “porque gosta”.
“Ele continua vendendo e não desiste. Faz isso porque gosta de trabalhar. Diz que já sabe o ramo que pretende seguir para a vida. Meu filho conta que onde estiver, tentará viver como empreendedor”, acrescenta.
Ela contou ainda que o filho não quis passar a nota no supermercado de maneira intencional, pois não sabia que se tratava de uma falsificação. Ele procurou os funcionários antes de tentar a compra.
“Ele é uma criança que não faz nada de errado e nunca passaria uma nota falsa, tanto que chorou depois de saber disso”, declarou a mãe.
O segurança do supermercado, Sandro Moraes, de 34 anos, confirmou ao UOL que o garoto não sabia da procedência da nota.
“Ele chegou perguntando se a nota era verdadeira. Percebi que era falsa na hora, mas fomos ao balcão confirmar e lá vimos que não tinha relevo e outros detalhes de uma verdadeira. Era uma falsificação grosseira, porém ele não conseguiria diferenciar. Ele ficou bem desapontado porque iria fazer compras no mercado. O olho encheu de lágrima ao ver que perdeu tudo e foi tão honesto que quis deixar a nota para alertarem as meninas do caixa”, afirmou.
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Redação Conti Outra, com informações de UOL.
Foto: Sandro Moraes/Arquivo Pessoal.
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