Imagem de capa: LOFTFLOW, Shutterstock
Quantas vezes eu acreditei no amor, quantas vezes eu achei que iria dar certo e, no final, era apenas mais uma decepção. Meu status de solteira não é carta branca para me envolver com qualquer história, com qualquer pessoa. Meu status não é referência de solidão ou desespero.
Quantas vezes ouvi o discurso cansado de quem acha que sou infeliz só porque estou solteira. Tentaram, inúmeras vezes, “arrumar” alguém pra mim, passando o meu telefone como quem está dando “uma ajudinha”, sem eu ao menos ter solicitado, ou de fato precisar de auxílio para essas coisas do coração. E lá estava eu iniciando uma conversa com alguém que não demonstrava interesse algum em de fato me conhecer, que aparecia com falas prontas e que não sabia desenrolar uma conversa.
O fato de curtir a foto de alguém já é motivo para piadas, brincadeiras, como se isso fosse um sinal de que estou interessada. Eu, de fato, não entendo e talvez jamais consiga entender a lógica de quem acredita que um relacionamento é sinônimo de felicidade. Em primeiro lugar, partilho da ideia de que ninguém completa ninguém. Ninguém pode jogar a responsabilidade de ser feliz nas mãos de outro alguém, pois isso é pedir para se frustrar, é deixar o outro assumir as rédeas da sua vida e se submeter a qualquer coisa, muitas vezes.
Primeiro, seja feliz. Isso, goste de você, do seu cabelo, do seu jeito e, ao trombar com alguém, partilhe isso. Que o encontro seja algo que transborde e não que complete.
Eu estou solteira, sim, porque, ultimamente, tenho esbarrado tanto no desinteresse e nas desculpas, que não tem como me envolver. Eu não quero um amor meia boca. Cansei de gente que só pensa no corpo, no sexo, no beijo, no físico. Cansei de gente que não se envolve, não se entrega, não assume. É difícil quando você acredita no amor e nas coisas bonitas e sinceras quando alguém, na verdade, não vê nada além de um rosto bonito. Não vê a sua coragem, a sua força, não vê os seus medos bobos e nem se importa quando você não está bem.
Cansei de gente que vê uma boca bonita, um cabelo arrumado, mas não vê o meu companheirismo e o quanto sou disposta quando o assunto é ajudar alguém. De gente que está do nosso lado fisicamente, mas, quando a tempestade vem, é o primeiro a soltar a nossa mão. Eu cansei de quem não vê a minha fé bonita na vida e no amor e que não percebe o quanto dou valor às pessoas e não às coisas.
Quanta gente acompanhada e, mesmo assim, anda sentindo-se tão só; quanta gente sentindo-se invisível, mesmo rodeada de pessoas, e ainda escuto o discurso de que quem está solteira, está carente e que, necessariamente, precisa de alguém para ser feliz? Que eu faço academia porque quero que alguém repare nas minhas curvas e goste delas? Quantas falas clichês que anulam as nossas histórias e escolhas e nos colocam no patamar de coração de pedra.
Eu faço todas essas coisas por mim; meu sorriso é resultado das minhas conquistas, pois, depois de tantas lutas diárias, eu esboço um riso cansado, como quem acredita que valeram a pena todos os esforços. Cuido do meu corpo, da minha saúde e, principalmente, da minha vida. Eu quero alguém que repare na curva do meu sorriso, que entenda as minhas vírgulas como pausa, como cautela, enquanto muitos entendem como ponto final e decidem partir porque acreditam que investir em alguém é perder tempo.
Uma história impactante e profundamente emocionante que tem feito muitas pessoas reavaliarem os prórios conceitos.
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