Produzido, escrito, dirigido e estrelado por Don Cheadle, Miles Ahead é apenas um pequeno fragmento da representatividade musical e multicultural do legado de um dos maiores gênios, o trompetista Miles Davis. A cinebiografia foi concebida com muito carinho aos olhos de Cheadle que, desde o início, prezou pela autenticidade sem perder o olhar realista daquela que fora uma figura fundamental para expansão artística entre os mais diversos músicos espalhados pelo globo – seja qual for o gênero pertencente, a maioria bebeu de Kind of Blue e de outros trabalhos primorosos de Miles.
A narrativa da produção abrange poucos anos da vida do controverso Miles, mas a direção de Cheadle passeia tão pontualmente nesses curtos espaços que o espectador mal sente a necessidade criativa da exposição mais densa e procedural no roteiro. Afinal, o importante aqui é salientar como, aos poucos, Miles Davis despertava sentimentos oníricos através da sua música e, nos encantos colossais dos sopros e melodias, elevava o nível para um patamar desconhecido. No improviso, mas também na construção pura, Davis foi um visionário acima de qualquer dúvida e suspeita. A música transcorria absurdamente nas suas veias.
Cheadle está particularmente envolvido na atuação. É contemplativo observar o esforço quase que natural do astro em entregar a melhor performance da carreira e digna dos mais altos prêmios, diga-se. Apoiado, na maioria por atores desconhecidos, com exceção de Ewan McGregor, no qual o diretor/roteirista/produtor/protagonista confessou ter procurado para integrar o elenco unicamente pela necessidade da produção contar com um nome conhecido para ser filmado – aí entra o velho e costumeiro desserviço do cinema contemporâneo. Mas conseguiram, todos os envolvidos, presentear cada amante da viagem transposta em notas diversas, com a possibilidade da admiração de um cinema realista e transcendente.
Miles Ahead é, inquestionavelmente, uma das obras cinematográficas mais intensas já realizadas. E Cheadle merece todos os frutos colhidos. Davis não gostava que a sua música fosse rotulada como jazz. Segundo o próprio, era social music (música social). Que a sociedade respire, viva e entenda um pouco mais da alcunha descrita por alguém que fez música de verdade.
Uma série perfeita para maratonar em um fim de semana, com uma taça de vinho…
Alerta Lobo ( Le Chant du Loup , 2019) é um thriller tenso e envolvente…
Uma nova atração turística promete movimentar o turismo nas divisas entre o Rio de Janeiro…
O Detran de Goiás (Detran-GO) divulgou uma informação curiosa que tem gerado discussão nas redes…
Christopher Michael Langan, cujo QI é superior ao de Albert Einstein e ao de Stephen…
O filme, que já figura entre os pré-selecionados do Oscar 2025 em duas categorias, reúne…