Moça, reciprocidade não cai do céu. Ele não vai mudar de ideia de um dia para o outro. Ele já tem um cafuné quando precisa e você só faz correr atrás de quem não merece. Presta atenção, não faça isso. Ame-se. Moça, cá pra nós, não faz sentido ser sobra de alguém.
Eu sei que você gosta dele, moça. Eu sei que ele prometeu o mundo já no primeiro beijo. Sei, também, que ele diz o que você quer ouvir. Ainda assim, entre mimos e outras vontades, ele não deixou de estar com quem sempre esteve. Você não é a amante. Esse termo é pobre demais. Mas você é a escolha que não vinga. É o momento prazeroso com prazo de validade. É justo? Claro que não. Então por que insistir?
Ah, moça. Não está vendo que a conta não bate? Onde já se viu dar inteiros e receber metades? Mude isso, agora. Abra os olhos. Pegue o primeiro amor de você e saia em busca de alguém que some, e não subtraia. Deixe-o com a cara no chão quando souber que acabou. Não por vingança, mas por respeito próprio. E mesmo que ele peça uma nova chance, pese nas mãos se vale a pena ceder carinhos em troca de poucos instantes.
Eu sei que o medo faz a gente ficar rendido, mas você consegue. Porque o amor só cabe para quem tem coragem. Anda, moça. Respira fundo. Sorria e atraia o melhor, o saudável e o transparente de uma relação de verdade.
Não se esqueça, do seu coração é você quem permite.
Imagem de capa: O Desprezo (1963) – Dir. Jean-Luc Godard
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