Moça do laço de fita

Moça do laço de fita

 

Um homem  fez seu sapato

de veludo com marfim

vestiu-se em pele bem fina

banhou-se em flor  de  jasmim

 

Saiu pela rua escura

com seu rastro perfumado

envolveu uma mocinha

gastando palavreado

 

Chamou-a até sua casa

fez-lhe jardim, mesa e cama

mostrou-lhe do amor segredos

da paixão mostrou a chama

 

Já vinha raiando o dia

e a maquiagem finda

mandou que a moça voltasse

pois não era amor ainda

 

A moça chorou três dias

na cama ela esmoreceu

lamentava aquela noite

amor que nasceu num breu

 

amor de escuro pintado

vestido tão bem vestido

engano de amor maquiado

amar o desiludido

 

Moça de fita vermelha,

não passe naquela rua

pois o amor disfarçado

quer apenas te ver nua

 

Não quer teu laço de fita

nem sorrir ao lado teu

também não quer tua boca

quem te quer assim sou eu

Lúcia Costa







É professora de Língua Portuguesa, mora em Patos, PB e escreve poemas, contos, crônicas…