Amani al-Khatahtbeh é fundadora do site Muslim Girl e a primeira mulher muçulmana a concorrer ao Congresso em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Mesmo com tanta notoriedade, foi vítima de uma situação de flagrante preconceito por conta da sua religão.
Ela contou nas redes sociais que foi retirada de um voo da American Airlines no último sábado depois que um passageiro se disse desconfortável com ela no mesmo avião.
De acordo com Amani, a confusão começou logo na área de fiscalização do aeroporto. Ela relatou que o homem quis passar na frente dela enquanto ela ainda tirava os sapatos para passar no detector de metais.
“Quando eu disse que ele poderia esperar como todo mundo ele começou com um discurso de que ele era da primeira classe”, contou. Em seguida, o homem teria começado a empurrar os pertence dele antes dos dela na esteira de raio-x e depois passado no detector de metais antes de Amani.
“Eles não só não fizeram nada, como um oficial da TSA [Administração de Segurança de Transporte] teve a audácia de me dizer para ‘parar com isso’”, afirmou.
“Todos vocês sabem se eu, mulher muçulmana toda coberta, tivesse a audácia de ter um acesso de raiva e correr pelo segurança do TSA, eu teria sido presa, perdido meu voo, possivelmente teria sido acusada, etc”, desabafou Amani.
Quando já estavam no avião, o homem teria reclamado da presença dela. Logo depois, conta Amani, um gerente foi até ela e disse que a retiraria do voo porque havia um passageiro que não se sentia confortável em viajar com ela.
Nesse momento, a mulher decidiu gravar o ocorrido. “Eu também não me sinto confortável com aquele passageiro aqui, eu quero ele seja retirado também. Ou é porque ele é da primeira classe que não pode ser retirado?”, disse Amani ao funcionário.
This is the @AmericanAir manager coming onboard to tell me that they're removing me from my flight because "there is a passenger onboard who doesn't feel comfortable" with me. pic.twitter.com/pwBS5NkvAn
— AMANI (@AMANI2020) November 15, 2020
Segundo o jornal New Jersey Herald, a muçulmana chegou a ser detida pelas autoridades e ficou cerca de quatro horas sob custódia. Após a repercussão do caso, o porta-voz da Autoridade Portuária afirmou que uma investigação sobre o ocorrido foi aberta.
Em nota ao jornal The Guardian, a American Airlines informou que está ciente do ocorrido e está “ trabalhando para entender o que ocorreu”. Ainda conforme a companhia, o voo partiu com uma hora de atraso e sem Amani.
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Redação Conti Outra, com informações de Isto É.
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