Voltar atrás por negócio, por dinheiro, por seguidores, por medo das aparências, por patrocinadores, por vaidade, é jurar que todo mundo é burro. É um menosprezo a quem assiste. É se considerar tão superior, tão Deus, que pode dizer qualquer coisa e depois desdizer que as palavras não ficam registradas na alma ofendida.
O comportamento de fachada só dura até o próximo veneno. É fácil perceber quando a reparação vem do orgulho ou do coração.
O truque da soberba é pedir desculpa e logo ir tirando a razão da cobrança. É pedir desculpa buscando desconto. É pedir desculpa diminuindo, parceladamente, a gravidade do que aconteceu. É pedir desculpa aproveitando para acusar um pouco mais. É pedir desculpa e seguir mandando. Aquele que continua falando não parou ainda para escutar.
Não é somente deixar de fazer uma maldade, é parar de acreditar que a maldade era necessária.
Quantos agridem achando que estão fazendo justiça? Quantos pedem desculpa da boca para fora, como uma estratégia de marketing?
Quem se sente censurado não voltou atrás. Quem tenta dividir a responsabilidade não voltou atrás. Quem alega que estava sendo espontâneo não voltou atrás. Quem caracteriza a sua atitude como um simples exagero não voltou atrás.
Voltar atrás custa esforço, é insistir com a desculpa mesmo quando já foi aceita, é retomar o assunto mesmo quando todos já esqueceram, é lembrar da falha mais do que a própria vítima, até que a dor se encontre inteiramente do lado externo.
Voltar atrás é ser impactado pela verdade: a voz, os olhos, o abraço se mostram diferentes, amolecidos, com uma mansidão súbita, desintoxicada do ódio.
Se é para voltar atrás, deve mudar o caminho.
Se é para voltar atrás, deve ser uma outra pessoa.
O perdão é gratidão. Aquele que errou, no fim, fica agradecido pela chance de melhorar.
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Imagem: reprodução
Abaixo, a publicação original:
MUDAR DE VERDADE
Fabrício Carpinejar
Voltar atrás por negócio, por dinheiro, por seguidores, por medo das aparências,…
Publicado por Fabrício Carpinejar em Sábado, 6 de fevereiro de 2021
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