Alexis Fleming, de 40 anos, mora na cidade do sudoeste da Escócia chamada Kirkcudbright é a criadora do primeiro asilo dedicado apenas a animais idosos. Fleming tinha o objetivo de proporcionar segurança e abrigo para os bichinhos passarem seus últimos dias de vida.
O asilo recebeu o nome de ‘Maggie Fleming Animal Hospice’, e teve sua história revelada no livro “No Life Too Small: Love and Loss at The World’s First Animal Hospice” (“Nenhuma vida é tão pequena: Amor e perda no primeiro asilo para animais do mundo”, em tradução livre), escrito pela própria Alexis.
Alexis possui uma história comovente, de seu próprio ‘abandono’. A mulher passou uma parte de sua vida sem teto, passando suas noites em albergues ou em seu carro velho. Há cinco anos, ela foi diagnosticada com a doença de Crohn.
Essa doença autoimune afeta o trato intestinal e causa ulcerações e inflamações no órgão. O quadro era grave e os médicos deram seis semanas de vida a Fleming. A batalha foi difícil mas a doença está controlada no momento.
Durante a luta com a doença, Alexis Fleming sentia necessidade de ocupar o tempo com alguma coisa útil e significativa. Assim, ela começou a pensar em cuidar de cachorros, mas antes que pudesse fazer planos concretos, Maggie surgiu na sua vida.
Maggie é uma cadela bull mastiff e deu nome ao asilo e santuário. Maggie e Alexis se encontraram em uma véspera de Natal, quando Fleming cruzou casualmente o caminho do antigo tutor, que queria se livrar do animal.
A cachorrinha viveu poucos dias ao lado de Alexis, a peluda já possuía uma idade avançada do mundo dos cães, teve de passar por uma cirurgia de emergência e acabou não resistindo. A experiência foi o estímulo necessário para a escocesa criar o primeiro asilo do mundo para animais.
Atualmente já são quase 150 animais (entre mamíferos e aves), resgatados das ruas e de centros escoceses de controle de zoonoses.
No asilo são vividas diversas histórias marcantes e inesquecíveis. Os bichinhos que passam por lá são capazes de marcar a vida dos funcionários.
Um exemplo é George, um idoso retriever, que foi encontrado isolado em um galpão. De acordo com relatos obtidos por Alexis como moradores das redondezas, George permaneceu preso durante quatro anos.
Quando chegou ao Animal Hospice, ele foi tratado e recebeu carinho por 12 dias, ao final dos quais acabou partindo. Em comum, todos os hóspedes chegam ao asilo assustados, arredios e amedrontados. Alguns, como George, permanecem pouco tempo no local, mas recebem uma boa dose de carinho e atenção, que transforma os últimos dias da vida.
Em seu livro, Alexis relata diversas histórias que ocorreram no Maggie Fleming Animal Hospice. A autora conta com bom humor todos os acontecimentos inusitados do lugar (que abriga até um peru!).
Alexis emociona os leitores escrevendo com honestidade sobre dor e morte, temas recorrentes no asilo. A mulher permanece ao lado dos animais abandonados, que, muitas vezes, precisam apenas de um pouco de carinho e de descanso nos últimos dias.
“Prometo que, quando você disser que está na hora de ir embora, eu ouvirei e juntos faremos o melhor que pudermos. Enquanto o momento da despedida não chega, vamos fazer a parte do amor e do carinho”, escreve Fleming.
Com informações de Cães Online