Beatriz Flamini, uma atleta espanhola, passou 500 dias isolada em uma caverna no sul da Espanha sem contato com o mundo exterior, pessoas ou luz natural.
Ela deixou o local nesta sexta-feira (14) e contou que a experiência foi “excelente, insuperável”. Aos 49 anos, Flamini participou de um experimento que tinha como objetivo registrar as consequências para a saúde mental e física do isolamento humano.
Durante os 509 dias que ficou na caverna, Flamini ficou acompanhada apenas de livros, luz artificial e câmeras para gravar a experiência, mas não tinha telefone nem instrumentos para controlar o tempo. Sua alimentação era garantida por uma equipe técnica, que deixava sua comida em um ponto da caverna sem ter contato com a atleta.
“Foi ótimo, nem queria sair hoje. Me dei muito bem comigo mesma”, declarou Flamini ao sair. “Estou há um ano e meio sem falar com ninguém, só comigo mesma”.
Flamini disse que nunca pensou em abandonar a missão, nem mesmo quando enfrentou uma invasão de moscas na caverna – o único episódio não previsto durante toda a experiência. Ela contou que teve lapsos de memória no período, o que já era esperado por especialistas que prepararam e acompanharam a missão.
A experiência será tema de um documentário da produtora espanhola Dokumalia, ainda sem data de lançamento. A caverna fica 70 metros abaixo do solo e a 10 quilômetros de Motril, na Andaluzia, região no sul da Espanha.
Os organizadores revelaram que a experiência ocorreu de forma secreta e só foi revelada nesta sexta, quando a atleta deixou a caverna. Apenas parentes e amigos próximos sabiam onde ela estava. Flamini afirmou que não sabe o que aconteceu no mundo durante o tempo que esteve isolada.
“Eu não sei o que aconteceu no mundo […]. [Pra mim] continua sendo 21 de novembro de 2021”, disse. “E, ao ver todos vocês com máscara, para mim ainda é (pandemia de) Covid-19”, acrescentou.
Com informações de G1
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