A paraense Maria Augusta dos Anjos, de 51 anos, veio a óbito no fim da tarde da última segunda-feira (4), vítima da Covid-19. A notícia foi confirmada pela sua sobrinha, Jeanne Carla Rodrigues, através das redes sociais.
Maria Augusta, que morava em Parauapebas, no Pará, recebeu em 2008 o coração de Eloá Cristina Pimentel, jovem de 15 anos mantida refém e morta pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes, em Santo André, São Paulo. À época, o transplante foi responsável por salvar sua vida.
A mulher foi internada no fim de abril no hospital Santa Terezinha, na cidade onde vivia, e tinha cerca de 75% do pulmão comprometido. Sua família organizou uma campanha virtual para arrecadar doações com o intuito de ajudar no tratamento, mas ela não resistiu.
“Ligaram do hospital e hoje foi o dia escolhido: Nosso Pai celestial recolheu a Augusta para a vida eterna, para morar ao seu lado, para abraçá-la e dizer ‘Ah filha, que bom que você chegou, vem aqui perto do Papai’. Hoje, chegou ao fim todo seu sofrimento, sem remédios, sem cirurgias, sem agulhas, sem máquinas… apenas a grandiosa face de Deus!”, escreveu Jeanne.
Em 2008, cinco pessoas receberam sete órgãos doados pela família da jovem Eloá. Foram aproveitados o coração, os dois pulmões, o pâncreas, o fígado e os rins da adolescente. Augusta, que nasceu com má-formação do coração, recebeu o órgão no dia que completou 39 anos. Antes do transplante, ela não podia fazer atividades corriqueiras, como caminhar sozinha ou varrer a casa. Aos 22 anos, uma cirurgia amenizou o problema mas a saúde se agravou em 2006. Na época, precisou se mudar para São Paulo e ficou na fila de transplante à espera de um doador por dois anos, como informa a matéria publicada no Globo.
Maria Augusta, que era evangélica, tinha destinado suas orações para pedir um coração de presente no dia do seu aniversário. Os familiares se surpreenderam com o cumprimento da profecia. Quando ela foi chamada ao hospital, havia cinco pacientes gravíssimos internados na UTI, à espera da mesma cirurgia. Porém, nenhum deles era compatível com o coração de Eloá.
“Eu não esperava essa notícia. Eu estava torcendo para a Augusta se recuperar. Para mim foi muito triste. Minha família, meus filhos estão tristes. Até porque amanhã [5 de maio] minha filha Eloá faria 28 anos se estivesse viva. Augusta era como uma filha para mim também, pois ela carregava o coração de Eloá”, disse ao G1 a autônoma Ana Cristina Pimentel, de 54 anos, mãe de Eloá.
“Ficamos sabendo e lamentamos o falecimento da Maria Augusta”, disse Everaldo Pereira dos Santos, 56, pai de Eloá.
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Redação Conti Outra, com informações de O Globo.
Fotos: Reprodução/Redes Sociais.
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