Mark Tuschman é um fotógrafo que documenta alguns dos aspectos mais sombrios da vida, mesmo assim, em seu olhar, percebe-se que sempre está procurando por raios de luz e esperança.
Por mais de uma década, ele tem viajado pelo mundo com o objetivo de fotografar “a falta de autonomia que milhões de mulheres têm sobre suas próprias vidas e corpos nos países em desenvolvimento.”
Por esses caminhos Tuschman relata ter encontrado mulheres e meninas que estão sendo espancadas, que tem o acesso a cuidados de saúde e educação negados, que são sujeitas a violência sexual, forçadas a casar quando crianças e forçadas a maternidade quando adolescentes correndo risco de contrair AIDS e de fístulas.
Nós somos uma cultura muito visual, disse Tuschman, sendo difícil de ler “um monte de estatísticas” e conectar-se emocionalmente às questões que elas representam.
Por outro lado, ele apresenta um trabalho fotojornalístico “realmente difícil de olhar” de tão “frio e distante” que as pessoas são “sobrecarregadas” e “se sentem indefesas” diante de tanta miséria.
Em suas fotografias Tuschman pretende retratar mulheres e meninas como “indivíduos com as mesmas esperanças e sonhos, como todos as outras.” Ele também tem procurado destacar “os esforços incríveis que vem sendo feitos para capacitá-las, um tipo de notícia que não aparece muito na mídia.”
WomensTrust em Pokuase, Gana, tem um programa de bolsas que suporta mais de 100 das melhores e mais brilhantes jovens garotas.
A organização Educate Girls, ou Educar Garotas, trabalha para manter as meninas na escola e impedir o casamento infantil.
Tuschman conheceu Payal, acima, que tinha 13 anos de idade e estava no sexto ano, através da organização.
Sunita, outra aluna do programa Educar Garotas, tinha sete anos e estava no segundo grau quando Tuschman a fotografou.
Tuschman deixou uma carreira na ciência, aos 35 anos para se tornar um fotógrafo profissional a fim de tentar “compreender por que o mundo é da maneira que é.” Enquanto ele diz que as questões que ele documenta são “incrivelmente complicadas” e ele não é tão idealista quanto costumava ser, ele diz, vendo garotas em salas de aula e as mulheres que foram treinadas para carreiras de sucesso sempre renova suas esperanças.
Em Pokuase, Gana, Sarah Ankrah recebeu seu primeiro empréstimo do WomensTrust de 50 dólares para apoiar o seu negócio de padaira. Quando Tuschman a conheceu, ela estava vendendo perto de 8.000 pães por semana, faturando quase US $3.000. A receita tem ajudado a garantir que seus filhos permaneçam na escola.
Tuschman continua a fotografar e trabalha para terminar seu livro, Faces da Coragem: Retratos Íntimos de Mulheres no Limite. Ele espera por um mundo, como o Fundo das Populações das Nações Unidas, em que “cada gravidez seja desejada, cada parto seguro, e todo potencial de pessoas jovens seja realizado”.