Todos os emparedados do BBB têm a humildade, no discurso com o público, de dar motivos para seguir no jogo, descrever os seus erros e invocar uma nova chance de permanência para retratação. São os minutos de redenção e de esperança.
Menos Karol. Ela não exerceu a modéstia comum aos participantes, não desceu da soberba nem na hora de pedir ajuda.
Não conseguir pedir ajuda é a manifestação mais evidente da arrogância, de quem se acredita tão poderoso que não precisa de ninguém.
Diferente de Arthur e de Gil, passou a justificar a sua saída como se partisse de sua vontade. Chegou a agradecer a Sarah pela indicação, criando a narrativa de que tem o controle sobre tudo e planejou até o seu desfecho.
Pretende transformar a própria eliminação em decisão pessoal, anulando os votos que vai receber.
Não é mais votação, mas adesão à sua vontade.
Não é que a audiência não aprovou as suas atitudes, mas que a percebeu “triste pela casa”.
Não é rejeição, mas compaixão dos telespectadores pela sua inadequação.
A ferro e fogo, manteve a pose de diva, de estrela, nunca reconhecendo a revisão dos seus atos pela autocrítica. Julga-se o azeite imerso em pessoas aguadas, muito melhor do que os outros, incompreendida pelo temperamento forte.
Ela prossegue dizendo que jamais gritou, jamais ofendeu, jamais fofocou, jamais armou brigas, jamais arquitetou perseguições, mesmo com as câmeras registrando as 24h de seus movimentos. Confia cegamente que o único pay-per-view que existe é o da sua palavra. O que fala é lei.
Lembra aquela criança mimada, dona da bola, que, perdendo o jogo, decide acabar com a partida. Ou aquele adolescente que faz festa em seu apartamento na ausência dos pais e desliga a música quando não fica com quem gostaria.
Karol sequer admitiu a derrota. Descartou, inclusive, a possibilidade de ter sido vitoriosa no perdão. Foi absolutamente intransigente para fazer uma última gentileza.
___ Fabrício Carpinejar
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Abaixo, segue a publicação oficial
NÃO SABER PERDER
Fabrício Carpinejar
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Publicado por Fabrício Carpinejar em Terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
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