Após sair do período de isolamento e entrar para a população carcerária da Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, no último dia 31 de março, domingo de Páscoa, o ex-jogador Robinho foi abordado por um grupo de detentos, conforme relatos de agentes penitenciários entrevistados pela Folha de São Paulo.
O grupo informou ao novo detento que ele estava convocado para um jogo de futebol entre os presos da unidade e perguntou sobre o número de calçado que usava quando jogava profissionalmente.
Os detentos providenciaram um par de chuteiras e levaram Robinho, que já jogou pelo Santos, Real Madrid e seleção brasileira, para o campo de terra onde, segundo os agentes, ele fez sua estreia no presídio. Tanto detentos quanto funcionários pararam para assistir à partida.
De acordo com os agentes, Robinho demonstrou suas habilidades com dribles, chapéus e até as famosas pedaladas. Houve até um momento em que ele levou um “rapa”, levantando poeira do campo, mas sem que isso resultasse em briga. Todos se divertiram e um dos detentos teria brincado: “foi batizado!”.
Os agentes também revelaram que o ex-jogador está dividindo uma cela de 8 metros quadrados no pavilhão 1 com outro preso, um jovem de 22 anos, natural de Taubaté, suspeito de um crime previsto no artigo 122 do Código Penal.
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) confirmou que Robinho está compartilhando a cela, mas não revelou a identidade do colega por questões de segurança.
As primeiras visitas de Robinho ocorreram no último domingo (7). Até agora, três filhos menores e a esposa estão cadastrados para visitá-lo. A mãe dele, Marina, também está tentando se cadastrar, segundo pessoas ligadas ao jogador.
Os familiares podem levar alimentos como frios, pães, carne, massas e saladas, além de sobremesas como pudim e brigadeiro. São permitidas até três garrafas de água e refrigerante.
Quanto aos itens pessoais, Robinho pode receber chinelo, bermuda, blusa de frio, material de escrita, jogos de tabuleiro, fotografias e livros religiosos.
O advogado José Eduardo Alckmin, com sede em Brasília, lidera a equipe de defesa de Robinho e está buscando um defensor local para acompanhar de perto o caso e garantir a assistência necessária, incluindo os trâmites para cadastrar a mãe do jogador como visitante.
Robinho foi condenado na Itália a nove anos de prisão e está detido desde 22 de março, após o Superior Tribunal de Justiça homologar a sentença e ordenar o cumprimento da pena no Brasil. Sua defesa protocolou um recurso no Supremo Tribunal Federal solicitando a revogação da prisão, e espera que o pedido seja julgado em breve.