Genebra, na Suíça, é uma das cidades mais ricas do mundo, com uma taxa de desemprego de 5,3%. E por lá, acreditem, um deputado não tem direito a carro oficial, auxílio moradia, aposentadoria, ou qualquer outro benefício exorbitante. E tem mais! Para não atrapalhar o emprego “normal” dos deputados, as sessões do Parlamento são todas organizadas no final da tarde, quando o expediente já terminou. Ou seja, ser parlamentar na Suíça é um privilégio e não uma profissão. Bem diferente do que acontece por aqui, não é mesmo?
Em Genebra, o deputado comum não conta com um carro oficial e não é beneficiado por qualquer tipo de transporte. Uma exceção é feita ao presidente do Grande Conselho que, caso esteja indo a um evento oficial, tem o direito de usar um veículo oficial. Mesmo assim, o privilégio só é concedido se ele estiver indo à reunião na condição de presidente da Câmara e não a título pessoal. Traduzindo em outras palavras, nada de dar rolê por aí com a família no carro oficial. O auxílio-moradia também não faz parte dos benefícios. Ao final de quatro anos de mandato, os deputados também não ganham uma aposentadoria.
Outras condições dos deputados suíços que a nós soaria estranha é que, durante anos no “poder”, eles não podem contratar parentes – Não tem nepotismo! Dá pra acreditar? – e ganham um voucher para fazer duas refeições por mês. Cada uma delas de 40 francos suíços (cerca de 137 reais).
E agora sobre o salário. Na melhor das hipóteses, um deputado em Genebra vai somar um salário anual de 50.000 francos suíços (o equivalente a 172.000 reais), cerca de 4.100 francos por mês. Isso se ele for o presidente do Parlamento e comparecer a todas às sessões. O cálculo de quanto um deputado comum recebe a cada mês é feito por hora. “Se você vem, você recebe. Se não, não recebe”, disse à Revista Veja o deputado e ex-presidente do Parlamento Estadual de Genebra, Guy Mettan. Ele conta ainda que precisa assinar com seu próprio punho uma lista de presença a cada reunião.
Convertido em reais, o valor pode até parecer elevado. Mas, hoje, o pagamento ao presidente do Grande Conselho de Genebra é inferior à média salarial de um fabricante de queijo e menor que a renda de um mecânico de carros na Suíça, de uma secretária, de um policial, de um carpinteiro, de uma professora de jardim de infância, de um metalúrgico ou de um motorista de caminhão. Ele, porém, é equivalente ao salário médio de um açougueiro da cidade alpina.
Para um deputado comum, o salário é muito inferior ao do presidente do Parlamento. Por ano, eles chegam a receber cerca de 30 mil francos suíços, o equivalente ao pagamento médio atribuído a um artista de circo ou a um ajudante de cozinha, postos ocupados em grande parte por imigrantes.
No Brasil, o salário de um deputado estadual chega a 25.300 reais por mês em São Paulo, por exemplo. Além disso, os parlamentares brasileiros têm direito a uma verba mensal (o chamado “cotão”), que pode superar 30.000 reais, para custeio de gastos de alimentação, transporte, passagens aéreas e despesas de escritório.
“Na Suíça, a política é considerada um envolvimento popular”, explicou. “É um sistema de milícia. Ou seja, não é um sistema profissional. Somos obrigados a ter um emprego paralelo, a ter uma profissão paralela. Não se pode viver com essa indenização”, admitiu o deputado suíço. “Não existe deputado profissional”, disse Guy Mettan.
É, parece que o Brasil tem mais essa lição para aprender com a Suíça!
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Redação CONTI outra. Com informações de Veja– (Com Estadão Conteúdo)
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