Os indivíduos autoritários baseiam-se no medo para manter seu poder. No inconsciente deles habitam os mecanismos de dominação, com o propósito de garantir o controle das pessoas ao seu redor, seja no espaço privado e público.
Na infância e adolescência, o autoritarismo foi praticado por pais, mães, parentes ou responsáveis, que deixaram traumas que irão acompanhar a vida mental e emocional dos filhos.
Nessa fase eles controlam os filhos por meio de coisas materiais ou declarações de afeto. E podem dar tudo, menos os direitos deles de serem livres dessa relação autoritária. Também encontramos essas relações entre casais, chefes e subordinados, políticos e eleitores.
Então, vamos analisar o caráter desses sujeitos num olhar sociopsicológico. Assim, podemos nos “blindar” psíquica e espiritualmente, no sentido de não aceitar que eles nos rebaixam, e que desrespeitem os princípios básicos da boa convivência humana.
Hoje, os indivíduos autoritários são herdeiros da cultura patriarcal, pois não concordam com valores diferentes dos seus e nem querem saber de alguma ideia oposta às suas. Eles acreditam que estão em cima de um pedestal de “mármore mais caro do mundo”, mostrando que controlam toda a situação.
Além disso, esses sujeitos trazem uma tendência ao sadismo, que precisa “vampirizar” as pessoas, ou seja, necessitam delas porque os próprios sentimentos de força provêm do fato deles serem senhores de alguém, sendo um traço de dependência patológica inconsciente.
Para eles não interessa a nossa capacidade ou criatividade, visto que acham que sempre estão acima de todos. E para tanto vão colocar no “rol de inimigos” aqueles que ousam questioná-los. Esses indivíduos ocupam papeis sociais de pais, maridos, professores, padres, pastores, médicos, governantes, patrões, etc.
No entanto, eles têm uma visão de mundo rígida, que busca oprimir quem está sob sua autoridade. Uma outra coisa que é vital para esses sujeitos, não é só o controle absoluto dos outros, mas ainda dominar os pontos mais vulneráveis das pessoas.
A sequela psicológica e emocional causada nas relações com esses sujeitos têm levado algumas pessoas ao adoecimento, inclusive a cometer suicídio. E outras, após anos de sofrimento, buscam ajuda terapêutica e espiritual, para curar os eventos traumáticos gerados no convívio com gente assim.
Portanto, se prevermos como funciona a mente desses indivíduos teremos condições de lidar com eles, a fim de proteger a nossa dignidade. Aliás, os pilares que escoram essas personalidades são fragilíssimos, já que o poder que eles têm é irracional e desprovidos de bom senso.
Enfim, o melhor caminho é desarticular as formas autoritárias, que humilham a pessoa humana, encorajando uma coexistência democrática baseada na racionalidade e no equilíbrio, como bem disse o escritor Albert Camus: “Nada é mais desprezível que o respeito baseado no medo”.
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