Estive pensando sozinho e tive uma ideia para ti. Namore um trouxa. Eles são fáceis de achar. Estão chamando tua atenção e te procuram quando estás escondida. Nos dias mais difíceis do teu cabelo, lá estão os tais. Jorrando elogios pelos olhos. Sentem-te bela, ainda que o espelho fale absurdos.
Por favor, fujas dos durões orgulhosos, quando tu xingas, se vão bravos e decididos a nunca mais voltarem. Melhor é ter um trouxa. Tu o mandarás ir para o quinto dos infernos, mas ele só iria aos diabos se fosse contigo. É mais sensato ter alguém que, quando tu pedes distância, continue por perto. Pois, se sempre atenderem teus gritos, e fugirem, quem restará?
Estou bambo com tamanha revelação. Os trouxas, tão criticados e sofridos, difamados pelos propagadores do “ame muito a si mesmo”, são quem mais sabe amar. Perdoam, dão o braço a torcer, chutam a caixinha do egoísmo e dizem “fique aqui”, quando aquela outra parte quer partir.
Tu dirás deles palavras vãs. Acharás que estão, assim, desvairados e loucos, porque és única. Nada tem a ver com isso, não é uma questão de vaidade. Os bons trouxas descobriram beleza em ti, que nem tu mesma viste. E, se a beleza está nos olhos de quem vê, és tu quem precisa dos olhos deles para ser um deslumbre.
Namore-o. Reinvente tuas ideias e encontre neles teu amor tranquilo. Ou mastigue a dura verdade (talvez seja mentira, mas prova o sabor dela ao menos):
– Quem não ama o amor dos trouxas é bem mais trouxa ainda.
Uma história impactante e profundamente emocionante que tem feito muitas pessoas reavaliarem os prórios conceitos.
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