Não basta reduzir o açúcar. Pra viver bem tem de aumentar o amor.

Obrigado, doutores endócrinos, nutricionistas, preparadores físicos, musas fitness e toda gente afeita a defender dietas, receitas, fórmulas e novos hábitos para uma vida boa e saudável. Vocês estão fazendo um ótimo trabalho! Mas aqui entre nós, tudo isso de nada vale sem um detalhe: não basta reduzir açúcar, carboidrato, gordura. Tem de aumentar o amor!

Pão integral faz bem, mas ter alguém a quem se achegar inteiro, como um navio repleto de imigrantes aportando na terra nova, faz muito mais. Faz, sim. Nada contra granola light, mas uma pipoquinha no cinema de braço dado, a cabeça encostada no ombro do outro, ahh… faz o coração bater mais leve.

De que adiantam as dietas e o exercício físico para quem arrasta uma alma sedentária? Correr, andar, puxar ferro, malhar o corpo levam embora no suor a sujeira dos dias. Mas alongar nossos afetos é que nos leva adiante por caminhos limpos, povoados de gente nova e velhos amigos. Renova nossa esperança, exercita nosso gosto pela vida.

O amor é um exercício poderoso. Reduz o peso da barriga e leva embora o das costas. Quem ama faz tudo melhor, dorme, acorda, estuda, trabalha, come sem culpa, vive sem medo. É o exercício do amor que nos equilibra na vida, compensa a sanha odiosa dos idiotas, ajeita as coisas.

Quem ama a si mesmo ou ao outro com empenho vai bem na academia, na quadra, no campo, na pista, na yoga, no pilates e onde mais quiser. Amar condiciona e fortalece, refresca e aquece. Cura e agradece.

Obrigado, senhores especialistas. Mas não basta reduzir o açúcar nem intensificar o treino. Só vive melhor, com mais saúde e intensidade quem não tem preguiça de aumentar o amor.







Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.