Marcel Camargo

Não confunda o que você merece com o que você aceita

Talvez o conformismo exagerado, junto com o medo, sejam os maiores ladrões de sonhos da humanidade. Existem muitas coisas que não poderemos mudar e com as quais será necessário nos conformar, porém, sempre haverá muito a ser conquistado, ousado, ultrapassado, questionado, virado do avesso, porque é assim que tudo se movimenta para o amanhã. Para tanto, como diz Matheus Rocha, não podemos confundir o que merecemos com o que aceitamos.

Não podemos, jamais, aceitar ofensas gratuitas de quem mal nos conhece, nem mesmo de quem é próximo. Existem pessoas que descontam suas frustrações e sua covardia pessoal em quem não tem nada a ver com suas tempestades, distribuindo mau humor por onde passar. Não podemos aceitar isso.

Não podemos, de maneira alguma, aceitar qualquer violência, tampouco a psicológica, a que se esconde por trás de olhares, comportamentos, falas e silêncios. Existem pessoas que conseguem violentar com atitudes, muitas vezes de uma forma muito mais dolorosa do que a agressão física. Não podemos ser vítimas disso.

Não podemos, nunca, aceitar que confundam nossa solicitude com servidão, que escravizem nossa ajuda, que tornem nosso desprendimento uma obrigação perene. Existem pessoas que desconhecem a gratidão, querendo sempre mais, tirando tudo o que puderem de quem quiser ajudar, inclusive se revoltando caso não sejam atendidos todos os seus desejos. Não podemos ser coniventes com isso.

Não. Não podemos aceitar que o olhar do outro seja mais forte do que nossas verdades mais íntimas. Existem pessoas que jamais irão nos entender, ou ao menos tentar, rotulando cada atitude nossa pejorativamente, diminuindo nossos sonhos, nossas esperanças, nossas conquistas. Não podemos ficar junto de quem não torce por nós.

Não podemos, nem por um segundo, aceitar amor aos pedaços, migalhas de sentimentos, a ponto de ter que implorar por existir, por ser alguém. Existem pessoas que não se entregam, não se doam, presas que estão dentro dos muros do próprio mundinho, de onde nunca sairão, pois ali seu egoísmo se alimenta de si mesmo, sem interferências externas, que não são aceitáveis naquele orgulho todo. Não nos demoremos perto delas.

Se nos conformarmos com tudo, aceitando até mesmo o que faz mal e não foi trazido até nós porque pedimos, caminharemos vagarosos, incompletos e pela metade dos nossos sonhos, de nosso potencial. Aceitar o que não pode ser mudado é sabedoria, mas lutar pelo que pode ser muito melhor é protagonismo, é sobrevivência, é amor próprio. É o que nos salvará da morte em vida. Vivamos!

***

*O título desse artigo é uma citação de Matheus Jacob

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

Recent Posts

O filmaço romântico que está tocando o coração de milhões com sua trama apaixonante

Se você está à procura de um filmaço que mistura romance, humor e uma pitada…

18 horas ago

O filme intenso e saboroso da Netflix que vai te fazer ficar em casa esta noite

Se você estava procurando um bom motivo para não sair de casa hoje, saiba que…

1 dia ago

Professora causa confusão ao sugerir que estudante com dois pais é adotado

O estudante é fruto de um arranjo familiar em que a mãe biológica é irmã…

1 dia ago

Esta comédia romântica estrelada por Kate Hudson é uma das apostas certeiras na Netflix

Se você é fã de comédias românticas, provavelmente já ouviu falar de "Como Perder um…

2 dias ago

Série sedutora e envolvente da Netflix com apenas 6 episódios vai te fazer perder o ar

É impossível resistir aos seis deliciosos episódios desta série que está disponível na Netflix.

2 dias ago

Filme absurdamente lindo da Netflix tem só 14 minutos e faz as pessoas se desfazerem em lágrimas

Poucas pessoas conseguem passar pelos 14 minutos arrebatadores deste filme sem derramar uma única lágrima.

2 dias ago