Não deixe seu coração tomar decisões. Ele não é tão inteligente assim…

Somos românticos assumidos e dramáticos por opção. Gostamos de supervalorizar a dor e acreditamos ser mais fácil curar um coração ferido à poupá-lo de sofrer sem necessidade. Isso explica, talvez, porque encaramos nossos erros como hábito e não como um acidente de percurso.

Diferente do que dizem, inteligência emocional não é algo que pode ser adquirido por conselhos, exemplos ou dado como presente de aniversário. Adquire-se depois de muitos nocautes e depois de muitas quedas.

Na definição, inteligência emocional é deixar suas ações serem dirigidas pela razão e não pelas emoções. Na prática, como dizia Freud, “é o único meio que possuímos de dominar nossos instintos”.

Para Gikovate, “uma característica da maturidade é o senso de responsabilidade sobre si mesmo, assim como o desenvolvimento de uma sólida disciplina: isso significa controle racional sobre todas as emoções. (…).

Controlar não significa reprimir e muito menos sempre deixar de agir de acordo com as emoções; significa apenas que elas passam pelo crivo da razão e só se tornam ação quando por ela avalizadas. Esse é mais um motivo para que sejam criaturas confiáveis, uma vez que exercem adequado domínio sobre si mesmas”.

Ser inteligente emocionalmente é respeitar a decisão dos outros, mas não permitir ser vitima delas. É deixar ir quem quer ir e entender que nem todos merecem seu sofrimento. Ser inteligente é saber que ninguém é tapa buraco de ninguém e que somos responsáveis pelos relacionamentos que atraímos.

Ser inteligente é ser sensível e forte ao mesmo tempo. Sensível para entender que um fim de relacionamento não é o fim da vida e, forte, para seguir sem mágoas, discussões e cobranças. É saber que um relacionamento abusivo não é o melhor para você e que, respeitar os limites criados pelo amor próprio e pela razão, é um direito que você não deve abrir mão, em hipótese alguma.

Ser inteligente é entender que, nem todos, merecem seu sofrimento e que, como dizia Shakespeare “nem toda nuvem gera tempestade”. É saber discernir entre o bem e o mal, entre o necessário e supérfluo e entre aquilo que merece sua atenção e o que exige seu esquecimento.

Ser inteligente é respeitar a opinião do coração, mas deixar que as decisões da vida sejam tomadas pelo cérebro.

Imagem de capa: sun ok/shutterstock







A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.