Amor é sentimento forte. Aguenta o tranco da rotina, enfrenta as adversidades e até suporta esperar, mas o que o amor não aguenta é desaforo. Amor que é amor sabe que as relações são feitas de intensidade, respeito mútuo e desejo. E, por isso mesmo, não sobrevive ao círculo vicioso de brigas, reconciliações e acomodações diárias.
A sociedade inventou uma teoria de que “o amor verdadeiro não acaba” que os apaixonados de plantão utilizam disso como via de regra para serem “felizes”. Desculpe decepcionar, mas amor acaba sim e acaba das mais diversas formas. Acaba, como dizia Paulo Mendes Campos, “como se fora melhor nunca ter existido”.
Amor acaba como qualquer outro sentimento. Pode ser forte, intenso e honesto, mas sem o cuidado de ambas as partes o sentimento chegará ao fim. O que define a vida útil de um amor é tudo aquilo que acontece durante a relação.
É sempre bom deixar claro que não me refiro a amores fraternais ou familiares. Refiro-me a relacionamentos intensos e passageiros e que, por motivos diversos, acabam como uma tragédia grega.
Nenhum amor acaba de repente. Não funciona assim “hoje te amo, amanhã não”. O amor acaba nos descuidos diários, nas grosserias frequentes e nas agressões contínuas. Acaba quando a rotina dá lugar ao comodismo e as gentilezas cedem espaço para o “tanto faz”. O amor acaba quando a ausência torna-se mais freqüente que a presença e quando o desejo menos interessante que a indiferença.
A verdade é que a maior parte das pessoas deixa o amor morrer no convívio diário. Não sabem conversar de modo construtivo, agem de modo agressivo constantemente e possuem pouca (para não dizer nenhuma) sensibilidade.
Esquecem que é enriquecedor conversar sem brigas, que é delicioso sair para jantar sem motivos e que é maravilhoso dar e receber elogios de quem se ama.
Por tudo isso, pare um pouco, analise sua história e reveja seu relacionamento. Você está fazendo tudo o que pode para viver bem? Tem tido e promovido motivos de risos fáceis? Tem pedido e aceito perdão? Às vezes, engolir o orgulho em prol do amor vale mais a pena que sofrer por deixá-lo morrer.
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