Imagem de capa: David Prado Perucha, Shutterstock
Não aguarde muito tempo para deixar a consciência falar e trazer as malas pesadas da culpa. Não conte com o esquecimento alheio. Quem é ferido não esquece fácil, porque a dor não deixa.
Se num momento de raiva você machucou alguém, o momento imediatamente seguinte deve ser dedicado ao retorno do equilíbrio, às desculpas e consolo de quem foi injuriado.
Não espere o sangue aparecer para se dar conta que feriu alguém. As feridas secas e sem hematomas são as que mais doem. E as cicatrizes fecham e depois abrem novamente, para se alimentarem de rancor e, muitas vezes, vingança.
Não ouse achar que o perdão já está garantido. Não recolha suas pedras atiradas contando piadas. Não faça pouco caso do que o outro sente quando ferido.
Muitas vezes, ser machucado não é tudo. Ainda pior, é sê-lo por você, de forma inesperada. A confiança despedaçada, a espontaneidade que dificilmente retornará, a má impressão que sempre acompanhará…
Os grandes feridos dão entrada nas emergências de hospitais buscando cuidados urgentes, de quem estiver de plantão. Os profundamente feridos, caem num precipício profundo e cheio de ecos. Caem de susto, de tristeza, de incredulidade e decepção.
Não seja você a criatura que empurra. E, se por infelicidade ou incapacidade o fizer, trate de pular logo atrás, com um corda bem grande e pesada, e traga de volta, nem que seja nas costas, quem foi ferido por suas razões.
Não se iluda ao acreditar que agressões, veladas, silenciosas, vociferadas, enganosas, maldosas, não trazem de volta sérias consequências.
No calor do momento, escolha não ser o agressor. E se esbarrar com alguém sangrando, ofereça um curativo.