Por Adriana Vitória
Uma das coisas que sempre me preocupou na infância, entre tantas outras, era o consumismo excessivo das pessoas e qual seria o fim que aquelas coisas teriam, para onde iria todo aquele lixo?
A China ainda nem sonhava em produzir tantos objetos inúteis de R$0,99 e o consumo na época, relativo ao tamanho da população, era mínimo.
De lá para cá, o mundo vem produzindo toneladas de porcarias indestrutíveis de plástico, oriundas do petróleo, mas apesar de tantas facilidades do mundo ultra moderno, parece que quanto mais as pessoas consomem, mais insatisfeitas se tornam.
Li outro dia uma citação que dizia: “Do ponto de vista do planeta, não existe jogar lixo fora, porque não EXISTE fora !”
NÃO EXISTE FORA !
A reciclagem no mundo ainda é precária e já acumulamos toneladas de lixo tóxico sem nem sabermos como nos livrar dele.
Obviamente, não quero um mundo inabitável pra minha filha, mas também não o quero para mim.
Hoje, discutir a saúde do planeta virou moda. Henry David Thoreau já falava incansavelmente deste assunto no século 19, mas de uma forma neurótica, aparelhos eletrônicos são trocados a cada seis meses porque os antigos tem um botão a menos, brinquedos de plástico e eletrônicos são dados aos montes para as infelizes crianças que já nem sabem mais como se divertir, máquinas lavam roupa 24 horas por dia porque uma camiseta foi utilizada pra dar uma volta no mercado e já não serve mais, sem falar em toda uma lista interminável de desperdício. Desperdício de tempo, de alimento, de água, de energia, de vida.
Milhares de seres morrem de fome e abandono a cada hora neste mundo e nós, esta pequenina parcela que tem acesso a computadores e mídias como o Facebook, somos todos responsáveis.
Como podemos falar de amor e generosidade se mal sentimos isso por nós mesmos ou pelo pequeno planeta que nos acolhe?
Somos mesmo criaturas muito bizarras e paradoxais, mas acho que esta na hora de nos enxergarmos como um todo, sermos menos egoístas, lembrarmos de quem nós somos e questionarmos nossos comportamentos.
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