Não faça tempestade quando é dia de praia!

Logicamente, aquilo que sentimos na pele nos é bem mais pungente e dolorido, no entanto, tendemos a superdimensionar nossos reveses e as situações desconfortáveis por que passamos, muitas vezes enxergando os problemas de uma forma exagerada. Preocuparmo-nos com o que nos incomoda é normal, porém, desesperar-se tão somente nos tolhe a capacidade de buscar as soluções acertadas.

Cada pessoa reage de forma distinta frente aos acontecimentos, uma vez que cada um de nós possui bagagens próprias e carregamos as impressões que ficaram marcadas de forma singular dentro de nós. Ninguém sai igual de experiências semelhantes, pois os sentimentos são pessoais e intransferíveis, ou seja, cada pessoa reagirá de acordo com o que possui, de acordo com o que tem para lutar e digerir o mundo à sua volta.

Mesmo assim, é preciso tentar manter um mínimo de lucidez e de equilíbrio nos momentos de tempestade, em que tudo parece ruir, quando o mundo se volta contra você, ou então as nuvens engolirão o seu respirar, obstruindo as saídas que sempre existirão, por menos que estejam visíveis. Os problemas costumam ter o tamanho de seus medos, nada menos e nada mais do que isso.

A maneira como reagimos às vicissitudes da vida determinará, também, o tanto de dificuldades que se interporão entre nós e as possíveis soluções aos reveses. Da mesma forma, as pessoas que caminham conosco ficarão mais seguras e capazes de nos dar as mãos, quanto menos desesperados e descrentes estivermos. Nosso desespero infelizmente puxa a tudo e a todos para dentro de sua escuridão paralisante.

Como se vê, precisamos tentar nos distanciar da situação que nos aflige para, de fora, enxergá-la em sua real dimensão, a fim de que nos mantenhamos suficientemente conscientes do real que existe e das possibilidades de superá-lo. Lamentos, lamúrias e autopiedade não nos servirão de nada nesses momentos, muito pelo contrário, apenas paralisarão nosso potencial de nos reerguermos com dignidade depois de cada tombo, de cada decepção, de cada ventania emocional.

Você não é mais infeliz do que ninguém, suas dores não são as piores, seus problemas não são insolúveis, suas lágrimas não são as mais sentidas de todas. Cada um de nós passa pelas tempestades que são próprias à jornada pessoal, ou seja, não adianta querermos nos comparar com ninguém, afinal, a dor dói para todo mundo. Cabe-nos o enfrentamento corajoso das atribulações que nos aguardam diariamente, mantendo a mente limpa e o coração em sintonia com o bem, pois, quando afastamos o mal de nossas vidas, poderemos sempre contar com as ajudas necessárias para caminharmos em direção à felicidade com que sonhamos, desde e para sempre.

 

 

 

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

Recent Posts

Tire as crianças da sala antes de dar o play nesta série cheia de segundas intenções na Netflix

Uma série perfeita para maratonar em um fim de semana, com uma taça de vinho…

23 horas ago

Você não vai encontrar outro filme mais tenso e envolvente do que este na Netflix

Alerta Lobo ( Le Chant du Loup , 2019) é um thriller tenso e envolvente…

1 dia ago

Trem turístico promete ligar RJ e MG com belas paisagens a partir de 2025

Uma nova atração turística promete movimentar o turismo nas divisas entre o Rio de Janeiro…

1 dia ago

Panetone também altera bafômetro e causa polêmica entre motoristas

O Detran de Goiás (Detran-GO) divulgou uma informação curiosa que tem gerado discussão nas redes…

1 dia ago

Homem com maior QI do mundo diz ter uma resposta para o que acontece após a morte

Christopher Michael Langan, cujo QI é superior ao de Albert Einstein e ao de Stephen…

2 dias ago

Novo filme da Netflix retrata uma inspiradora história real que poucos conhecem

O filme, que já figura entre os pré-selecionados do Oscar 2025 em duas categorias, reúne…

2 dias ago