Por SÍLVIA MARQUES
O tema da inteligência me fascina. Sempre que posso, leio a respeito. Não só a inteligência me interessa. Gosto de tudo relacionado ao comportamento humano; como o nosso cérebro reage às mais variadas situações desafiadoras do dia a dia e como cada pessoa lê a realidade.
O que para uns é erótico, para outros é pornográfico. O que para uns é espontâneo, para outros é espalhafatoso. Os limites entre a ponderação e a chatice; a determinação e a teimosia; a sensualidade e a vulgaridade também são tênues. Depende do nosso ponto de vista. Depende dos nossos referenciais familiares. Do nosso nível de instrução. Das nossas habilidades e limitações. Depende dos livros que lemos, dos filmes que assistimos, dos professores que tivemos, da escola que frequentamos, da fé e valores que nos foram ensinados e de que forma foram ensinados. Depende da nossa própria natureza; daquela nossa porção que não dependeu de nada nem de ninguém.
O que define a inteligência? O que caracteriza alguém realmente inteligente? Em meu tempo de menina, a inteligência estava muito associada à lógica, ao bom raciocínio matemático. Inteligente era quem se dava bem com os números. Este pensamento está equivocado? Não e sim. Lidar bem com os números é realmente um indício de inteligência, mas muitas outras habilidades denotam inteligência, como por exemplo ter bom ouvido musical, se expressar bem e ter noção de espaço.
Hoje sabemos que existem vários tipos de inteligência, entre eles: Linguística e Lógica ( as mais comuns), Motora, Espacial, Musical, Interpessoal e Intrapessoal.
Linguística: apresenta este tipo de inteligência as pessoas que lidam bem com as palavras. São pessoas que escrevem e falam bem e que têm maior facilidade para entender pontos de vista diferentes.
Lógica: apresenta este tipo de inteligência pessoas com facilidade em Matemática e Lógica. Normalmente têm boa memória e bom nível de disciplina e organização.
Motora: apresenta este tipo de inteligência as pessoas com ótima coordenação motora, alto controle sobre o corpo e facilidade para a expressão corporal.
Espacial: Pessoas com este tipo de inteligência possuem muita facilidade para criar e desenhar imagens 2 e 3D. São criativas. Possuem bom senso de direção e apresentam facilidade para ler mapas e gráficos.
Musical: Tipo raro de inteligência e muito criativo como a espacial. As pessoas que apresentam este tipo de inteligência têm facilidade para ouvir sons de forma diferenciada, deduzindo novos padrões musicais e muitas vezes aprendem a tocar algum instrumento sozinhas.
Interpessoal: raríssimo tipo de inteligência que está associada à capacidade de liderança e persuasão. Pessoas com este tipo de inteligência, normalmente, sabem extrair o que há de melhor em cada um, levando-as a ação.
Intrapessoal: tipo mais raro de inteligência. Está associada à capacidade de liderança também, porém, de forma mais indireta, influenciando as pessoas por meio de ideias. Apresentam profundo autoconhecimento. Normalmente, quem apresenta este tipo de inteligência é carismático.
Enfim, o resumo acima é bem rudimentar, mas nos proporciona uma ideia geral do quanto o tema é vasto e complexo. Repito a pergunta: O que define se uma pessoa é inteligente ou não? Existe algum tipo de inteligência mais importante do que as outras? É mais inteligente aquele que apresenta um número maior de tipos de inteligência? Não sei a resposta, embora a procure de forma persistente.
Para mim, em minha opinião parcial e pouco fundamentada de leiga, encaro como mais inteligente não aquele que sabe fazer mais coisas, mas sim aquele que pode se conhecer melhor e viver de forma mais harmônica com ele mesmo e as outras pessoas.
Aquele que conhece melhor seus pontos fortes e limitações. Aquele que aprende mais com as experiências negativas, extraindo lições importantes. Aquele que sabe usufruir melhor do conhecimento alheio, aprendendo com todas as pessoas.
Aquele que consegue se reconciliar mais facilmente com o seu passado. Aquele que consegue detectar os falsos amigos e partir para outra sem remoer o assunto por meses. Aquele que aceita as diferenças e respeita o espaço alheio.
Aquele que sabe viver em comunidade. Aquele que conhece onde termina a sua liberdade e começa a do outro. Aquele que sabe perdoar e compartilhar. Aquele que entende a própria limitação humana e não se sente superior em relação àqueles que apresentam menos habilidades, menos atratividade, menos poder aquisitivo etc.
Aquele que sabe extrair prazer das pequenas conquistas diárias. Aquele que sabe admitir e se desculpar quando erra. Aquele que ama o que tem. Aquele que sabe lutar e perder. Aquele capaz de reconhecer com humor que às vezes é muito bobo.
Em minha opinião, não existe inteligência verdadeira e profunda sem bondade. Todo aquele que usa as habilidades e a facilidade de aprendizado para oprimir, humilhar, tirar proveito das pessoas, planejar vinganças, se sentir superior, se destacar socialmente usando a cabeça dos outros como degrau é no máximo um ser habilidoso e esperto, com raciocínio rápido e coerente.
Para mim, a inteligência superior vai além. Ela engloba caracteres de sociabilidade, ternura , empatia e compaixão. Somos seres cooperativos. E para mim, quem entende melhor esta rede de interinfluências e exercita mais a cooperação, se adapta melhor às leis essenciais da vida.
Fonte indicada: Obvious
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