“Ainda é cedo, amor / Mal começaste a conhecer a vida / Já anuncias a hora da partida/ Sem mesmo saber o rumo que irás tomar…” Nos versos de Cartola, mais do que um lamento agridoce, o grito de quem não quer permitir o viver escorrer pelas mãos. Estamos tão indefesos sobre o tempo restante que, muitas vezes, perdemos diversas janelas de amor, carinho e de um arco-íris mais sentimental e sincero. Não há mais tempo para lamentos. Não há mais porquê de refrearmos essa vontade de transcorreremos enquanto respiramos todo o nosso melhor. Para nós e para quem quer que esteja ao redor.
A vida é breve e precisamos de sonhar. Dos planos possíveis até os aparentemente impossíveis. É se entregar aos desejos mais vívidos. Aproveitar cada instante para o que realmente importa e permanece. Nada de desculpas atrasadas e esfarrapadas sobre um “hoje não posso” ou “isso não vai dar certo”. Tudo a ser conquistado por nós depende única e exclusivamente da nossa disposição inteira em querer.
A vida é um sopro e precisamos vivê-la. Devemos nutrir a coragem de nos lançarmos em inteiros uns aos outros antes que seja tarde. Porque a vida é esse emaranhado de laços afetivos, onde colocamos inúmeros pedaços de nós na tentativa de estabelecermos sentimentos mais sólidos e uma gratidão pura através do caminhar.
A vida é vida e precisamos do agora. Sem mais delongas, abraços incontáveis, beijos sem explicação e, acima de tudo, novos e preciosos sorrisos por quem já não pode disfarçar tamanho apreço e respeito por um viver num tom maior.
“Ouça-me bem, amor / Preste atenção, o mundo é um moinho / Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos / Vai reduzir ilusões a pó…”
Precisamos acordar. O samba das nossas vidas cabe em mais de uma nota. Não há mais tempo.