“Não importa a idade, precisam de uma família”: Adoção de crianças mais velhas
Sérgio, Franco, Ariadna e Cristal. Foto: Arquivo Pessoal/Franco Verdoia

Adotar uma criança é uma decisão transformadora e desafiadora, que traz amor e acolhimento a quem muitas vezes já perdeu a esperança. Para muitas famílias ao redor do mundo, a adoção de crianças mais velhas representa uma mudança profunda na perspectiva da paternidade e maternidade, desafiando estereótipos e superando expectativas.

Agustín e Jorgelina, um casal argentino, passaram por uma jornada longa e dolorosa antes de decidir adotar. Inicialmente, tentaram ter filhos biológicos, enfrentando tratamentos de fertilidade. “Foi uma experiência horrível”, relembra Agustín ao BBC News Mundo. Eles realizaram um tratamento de fertilidade de baixa complexidade e, depois, tentaram a fertilização in vitro. Jorgelina engravidou, mas o bebê morreu poucas horas após o nascimento. O casal precisou de tempo para superar o luto e se reerguer.

Dois anos depois, decidiram buscar a adoção, uma ideia que já tinham considerado anteriormente. “Nos inscrevemos em 2012”, conta Agustín. Inicialmente, o casal estabeleceu um limite de idade de seis anos e aceitou a possibilidade de adotar até duas crianças. No entanto, após anos de espera e uma revisão de sua inscrição, eles decidiram aumentar a faixa etária e, no final de 2019, conheceram Lucas, um menino de nove anos.

A adoção de Lucas trouxe ao casal uma nova compreensão da paternidade. “Esta criança para quem nos inscrevemos certamente está nos esperando e, com certeza, fez aniversário”, refletiu Agustín sobre a decisão de ampliar a faixa etária.

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Franco e Sergio adotaram Ariadna e Cristal em 2020. Foto: Arquivo Pessoal/Franco Verdoia

Histórias semelhantes de adoção de crianças mais velhas são compartilhadas por outros pais que abraçaram a ideia de que “não importa a idade, elas precisam de uma família”. Franco e Sergio, por exemplo, imaginavam inicialmente a criação de bebês. Entretanto, ao se depararem com as restrições à adoção internacional para casais homoparentais, buscaram informações sobre a adoção em seu próprio país, a Argentina. Surpreendentemente, descobriram que o processo seria muito mais simples do que imaginavam.

Franco destaca que a inscrição “foi muito mais simples do que o formulário de visto para os Estados Unidos”. Em um ano, eles iniciaram o processo de adoção de Ariadna e Cristal, duas irmãs de 9 e 11 anos.

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Franco, Sergio e suas filhas Ariadna e Cristal. Foto: Arquivo Pessoal/Franco Verdoia

 

Para Daniela, o caminho foi ainda mais longo, devido às antigas regras que tornavam o processo mais demorado. Quando já se aproximava dos 50 anos, ela percebeu que adotar uma criança mais jovem seria um desafio incompatível com sua realidade. “Pensar em trocar fraldas ou levar uma criança no colo ou pela mão parecia não ter nenhuma relação com a minha realidade naquele momento”, disse ela.

Com isso em mente, Daniela optou por mudar a faixa etária de sua inscrição, escolhendo adotar uma criança entre 12 e 17 anos. A mudança acelerou o processo, e em 2019 ela conheceu sua filha Mariana, que na época tinha 13 anos.

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Sérgio, Franco, Ariadna e Cristal. Foto: Arquivo Pessoal/Franco Verdoia

Essas histórias revelam que, ao contrário do que muitos imaginam, adotar crianças mais velhas pode ser uma experiência gratificante e surpreendentemente rápida em alguns casos. Para essas famílias, a idade é apenas um número. “Não importa a idade, precisam de uma família”, resumem as experiências compartilhadas por pais que encontraram na adoção tardia uma forma de transformar suas vidas e a de seus filhos.

Adoção, em qualquer circunstância, é um ato de amor que preenche lacunas e constrói laços que superam todas as expectativas.







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