Seja por autoridade, por excesso de intimidade, seja por pura maldade ou somente por vaidade… Não me imprense na parede, nas suas neuroses, carências e crenças.
Eu sou livre por natureza, submeto-me somente a mim e, acredite, foram inúmeras as vezes que eu mesma me intimidei. Me intimidei quando tentei agradar sem ser natural, me coagi quando me coloquei em lugares e situações que não desejava, me violentei quando aceitei regras e condições das quais discordava.
E o caminho para reparar e recolocar a vida no lugar é pedregoso, escorregadio. Nesse tabuleiro, a gente anda quatro casas e antes de comemorar, volta duas.
Portanto, não me ameace! Não imponha condições, não me chantageie, não apele para a pena nem para a admiração teatral. Não me force a não ser espontânea.
Não me constranja exigindo escolhas que não tenho intenção de fazer.
Não me culpe nem me responsabilize por eventuais decepções.
Não me assedie com padrões e formatos.
Não me amedronte, não apele para nenhum tipo de covardia…
Lidar com as questões pessoais já é pressão suficiente para qualquer um, e nem todos os dias são iguais; nem sempre estamos dispostos a matar leões, enfrentar depressões, sufocar reações.
Portanto, nem por um minuto me intimide. Não perca seu tempo tentando me acuar, seja você uma pessoa amada, uma amizade considerada, uma parceria de trabalho, um familiar mais autoritário, um sonho acalentado, uma ambição descontrolada.
Não me empurre contra o nada, não me tire da estrada, não seja você a embaralhar as peças do meu jogo.
Assédio, só o da vida me intimando a não recuar!