Imagem de capa:Jose AS Reyes
Amor é ato espontâneo. Mal percebemos quando começa, não exercemos qualquer controle, nem tampouco definimos a intensidade.
Há alarmes falsos, certamente. O que se pensava ser amor, era somente um foguinho que logo apagou. Ou, uma fantasia tão perfeita, que ousou o lugar do personagem real. Mas, isso não conta como amor.
Amor é encontro, encaixe, despertamento de atitudes recíprocas, de cuidado e carinho.
Quem só quer receber amor, não está muito interessado em amar.
Quem implora a alguém que aceite o seu, um dia cobrará a devolução.
Não existe amor negociado, nem combinado. Alguns fatores contribuem – a admiração, o respeito, o carinho, a amizade- mas eles já são a expressão do amor nascendo.
O amor encontra caminho em qualquer passagem, encontra alimento em qualquer ambiente, mas só fica e cresce onde é recíproco.
Quem ama e não é amado, acaba por desistir do amor.
Quem leiloa seu amor, o vende por um lucro que nunca receberá.
Amor suplicado é um caldo amargo de piedade, que envenena quem o recebe. Amor inflacionado é produto falsificado, que ilude quem o arremata.
Não se deve implorar o amor de ninguém. Não se pode utilizar como moeda de troca. A indiferença é, talvez, a maior expressão do amor que se retirou. Diante dela, viramos mendigos de um amor que jamais será espontâneo. E, ao mesmo tempo, sucateamos o nosso amor, desesperadamente, em troca de nada.
A dor de um amor não correspondido, a gente supera. É da vida, acontece. Mas, transformação do amor-próprio em mendigo e escravo de outro amor, mata pouco a pouco a capacidade de amar novamente.
Antes que isso aconteça, o melhor é aceitar, desejar boa sorte e se despedir. Não desperdiçar uma gota do amor que a gente tem, e sim, oferecê-lo nas boas trocas que a vida sempre propõe.