Não nasci para amores sem sal. Sinto muito, aliás, sinto coisa nenhuma. Isso já foi motivo de conflito para mim, mas passou. Nasci intensa, é minha marca tatuada em meu DNA. Lá no passado, imaginava que era uma fase, e, que, com a maturidade, eu seria uma mulher tranquila, dessas que são capazes de se relacionar apenas para ter uma companhia. Ledo engano, quanto mais madura fui ficando, mais convicta fui me tornando acerca desse traço da minha personalidade.
Confesso que já me esforcei, e muito, para ser diferente. Já fui muito criticada, especialmente, por abrir mão de pretendentes “boa praça” que não me despertaram o que gosto de sentir. E, pior, já me relacionei sem sentir o mínimo frio na barriga, na tentativa de que, com o tempo, as borboletas aparecessem em meu estômago…Deus me livre e guarde, que experiência deprimente! Sabe como é, nasci no interior e fui educada ouvindo que o que uma mulher deve querer de um homem é que ele seja honesto, trabalhador, nome limpo…e coisa e tal.
Já ouvi muitas frases do tipo: “desse jeito, vai acabar sozinha, você é exigente demais”, “esse negócio de paixão é para adolescente e você já passou dessa fase”, “como você teve a coragem de abrir mão daquele homem tão bacana?” Pois é, demorei para me aceitar como sou, foram muitas crises. De um lado, tinha a sensação de estar desperdiçando oportunidades, por outro lado, me apavorava diante da ideia de não viver o que acredito, aquilo que faz o meu coração disparar.
Quer saber? É um caminho sem volta! Não estou disponível para amores mornos, insossos. Eu prefiro uma solidão honesta a um relacionamento meia boca. Dispenso companhias de corpo presente e alma distante. Eu gosto mesmo é de viver com o coração saindo pela boca, é meu ponto fraco. O que posso fazer?
Faço parte do time dos intensos. Tenho alma efercescente, não vou negar. Eu gosto de sentir todos aqueles sintomas de paixão: respiração descompassada, dificuldade de concentração, tremores nas pernas, calafrios na espinha, pele arrepiada. Eu amo sentir o coração disparar só de ouvir o interfone tocar, quando é alguém especial. Acho fantástico ir a uma festa com aquela companhia que me faz sentir aquela urgência gostosa de ir embora antes da hora para iniciarmos outra festa.
Não estou disposta a viver aqueles relacionamentos sem reciprocidade, aquela coisa sem sabor. Deus me defenda de beijos com gosto de isopor. Sim, nesse quesito, sou exigente mesmo.Sou bastante interesseira em se tratando de amor. Ele tem que ser intenso e marcante.
Definitivamente, eu não nasci para amores “água com açúcar”. Se eu tiver que pagar um preço por ser assim, tudo bem, eu pago. Eu não abro mão de um amor intenso, é o que faz me sentir viva. Se eu acredito que vou encontrar um amor do meu jeito? Lógico! Eu tenho certeza…ele já deve estar a caminho.
Imagem de capa:Dean Drobot/shutterstock
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