Você que gosta de uma boa briga, de uma discussão sem fim, de um motivo para sacudir a paz, já aviso logo que sou presa difícil, escorregadia, ágil.
Não caio fácil nas armadilhas da provocação, não tenho menor interesse em demonstrar força ou razão, não me desgasto fácil nem alimento egos famintos.
Você que, entre sorrisos e palavras espinhosas, tenta, a todo custo instalar uma crise, faz revelações alheias e, depois, displicentemente fala que foi sem querer, sinto muito te avisar que não vai rolar. Eu não pago nada por essa briga.
Não me provoque. Utilize melhor o seu tempo, sua criatividade, seu desejo de ser o centro das atenções. Eu gosto é de sintonia, de identificação, de colaboração, de dar risada junto.
Provocação é uma das maneiras mais infantis de chamar a atenção. Uma sucessão de cutucadas inconvenientes e de mau gosto, que acabam por provocar uma reação bruta… ou não. Eu, particularmente, ofereço o silêncio como resposta.
Não me rendo à provocação, não me vendo à vaidade de desbancar um provocador. O desgaste é sem sentido e, afinal, vencer um embate baseado na provocação, é como finalizar um jogo que não se aceitou jogar.
Você que perde o amigo mas não perde a piada, se for de bom gosto, conte comigo para rir junto e ainda pedir para repetir. Mas, se sua intenção for provocar para então diminuir ou humilhar, então prepare-se para receber uma silenciosa e gelada indiferença.
Não perca seu tempo, não busque motivos nos outros para deixar a sua vida mais emocionante ou vitoriosa.
Aprenda a provocar-se de forma mais inteligente. Proponha-se deixar de lado a malicia de provocações sem propósito e, ao menos tente, participar de trocas e convivências mais generosas, onde a razão está com todos, e ninguém precisa competir por ela.
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