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Um grande e recorrente contra senso é a gente achar que ama uma pessoa que a gente nunca admirou ou não admira mais. Como poderia? Como acreditar que o amor pode ser tão incoerente que permanece em um lugar onde não se sente confortável e alimentado?
Claro que há milhões de relações onde a admiração mútua há muito já partiu, mas nesse caso, ao menos nas minha crenças, já não é mais o amor que habita a casa. Pode ser a preguiça, o conformismo, a fragilidade, o cansaço, todos juntos ou só alguns, mas jamais o amor. Esse, se foi.
O que abre as portas para o amor entrar é a admiração. A gente ama o que admira. E admira com orgulho o que ama!
Sem admiração, só sobra a indiferença. E indiferença é um sentimento congelante, que engessa e paralisa a parte boa das relações.
Longe de ser uma crítica às relações ditas acostumadas, eu creio fortemente no amor que acorda todos os dias e busca seus motivos de admiração. Acredito no amor que levanta e se enfeita para ser também o objeto de admiração de alguém. Me desanima a ideia de compartilhar a companhia sem uma faísca de admiração.
E, quando a gente vê a admiração se distanciando, a realidade mostrando outra face onde a gente só enxergava a perfeição, o amor que pretendia se instalar, dá meia volta e sai, para tornar mais suave o processo de desapego.
Pena que muitas vezes a gente não ouve a batida da porta e permanece ali, tentando encontrar a menor pista, o mais fraco sinal de admiração, para reaver a presença do amor.
Mas, se ele der mais uma chance, é bom apressar a admiração, buscar na parceria um motivo para valer à pena.
Afinal, admirar, antes de tudo, é ter uma certeza lá dentro, de que o prazer e o interesse pela companhia, serão sempre sinais confiáveis.