Estamos vivendo o período do natal e já começando a organizar nossos planos ou anotando nossos sonhos de realização para o novo ano que está se aproximando. Estava refletindo sobre a realidade de quase todas as famílias nas festas de natal. Há tanto o que pensarmos sobre isso! Venho trazer um pouco do que penso em relação às famílias.
O que mais me inspirou a escrever sobre isso foi um lindo texto que li no site Yoskhaz cujo título é “Plenitudes – a felicidade”. Acompanhe!
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“Preste atenção a uma história qualquer. O que move qualquer história é o conflito. Quanto mais profundo for o conflito melhor será o filme ou o livro. Quanto mais forte for o vilão mais o herói terá que se superar em suas habilidades. Sem conflito teremos uma história enfadonha por não avançar a lugar nenhum; um protagonista chato por não ir além de si mesmo.” Fez uma pequena pausa para me alertar: “Nas melhores histórias o vilão se esconde dentro do herói.” Tornou a pausar, pensou um pouco, sorriu e acrescentou: “A recíproca também se aplica com perfeição”.
Yoskhaz
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Essa é uma reflexão maravilhosa! De fato, os melhores filmes sempre trazem conflitos vividos pelos personagens. Lendo isso me lembrei de um dos melhores filmes que já assisti na vida: “Forrest Gump: o contador de histórias”. Você imagina como esse filme seria tedioso se o Forrest fosse um cara perfeito vivendo uma vida toda bonitinha em tudo?
Assim como nos filmes, é na vida real e acima de tudo no convívio familiar. Todas as famílias passam por conflitos constantes e é engraçado que quando chegam as festas de natal, aparentemente tudo fica as mil maravilhas. Naquele momento parece que tudo é perfeito. As pessoas todas bem vestidas, perfumadas e sorridentes brindam umas com as outras desejando muito amor, prosperidade, saúde e paz para o ano que está pra chegar…
Mas sabemos que a realidade íntima não é como se apresenta nessas festas. Muitas vezes, boa parte desses parentes passa o ano inteiro sem ao menos trocar uma mensagem de whatsapp ou ligar para saber se está tudo bem! E isso só revela que existe uma atmosfera quase sempre meio orquestrada para ocultar essa realidade.
Falando sobre isso recordei um dos melhores episódios de uma série norte-americana divertidíssima chamada “How I met your mother”. Um dos personagens, Barney Stinson, que adora sair com muitas mulheres, conta para seu amigo Ted Mosby sua teoria sobre o olhar para um grupo de mulheres à distância. Ele diz assim: “Não se engane Ted. Quando você vê várias mulheres juntas, sorrindo e conversando, você pensa que elas são todas maravilhosas e perfeitas. Mas se você se aproxima e observa todas mais de perto, perceberá que elas têm seus defeitos, não são exatamente o que você via antes. É como se fosse uma ilusão de ótica sabe?”.
E para gerar o humor característico da série, tanto o Ted quanto o Barney às vezes veem defeitos super exagerados nas garotas!
Nas festas de fim de ano é assim também. Quando você olha de longe você pensa: “Uau! Que família perfeita, harmoniosa, que transborda amor e carinho…”. Porém, se você chega mais perto, conversa, olha nos olhos das pessoas e com uma postura mais receptiva, perceberá facilmente o esforço gigantesco para tentar transparecer que está tudo maravilhoso! É muito legal fazer esse exercício. Que tal aproveitar essa teoria do Barney de uma forma positiva?
Meu intuito com esse texto é lhe levar a refletir que não existe nada perfeito. As famílias, por melhores que sejam, têm suas mazelas e seus inúmeros pontos a serem melhorados. Mas isso é bom, é isso que dá a beleza aos nossos dias. Se não tivéssemos nada para melhorar em nós, de que adiantaria estarmos vivendo nesse planeta não é mesmo?
Desejo a você ótimas festas de natal e que a partir dessa reflexão divertida que trouxe hoje você ame ainda mais os seus parentes, porque tanto eles quanto você mesmo são cheios de defeitos, todos têm muitos pontos a serem melhorados em si e isso é maravilhoso! Sem esses defeitos, o filme não só do natal, mas da vida como um todo seria sacal, seria tedioso.
Que você tenha essa iniciativa de observar mais de perto não só seus familiares, mas acima de tudo você mesmo. E na identificação dos defeitos, trabalhar em cima deles para que eles sejam minimizados. E nada de exageros viu? Com exageros você se torna esse protagonista chato citado pelo Yoskhaz. É bom guardarmos um pouquinho de loucura! Pois, como diria a querida Nise da Silveira…
“Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: Vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas ajuizadas”.
Nise da Silveira