Ela é a tradução da palavra renascimento. Ela é a prova viva de que o passado de uma pessoa não define o futuro.
Ela já se sentiu um zero à esquerda porque o seu valor era medido pela régua das piores. Ela não tinha imunidade emocional, então, internalizava toda a perversidade com que era tratada; ela se percebia merecedora de todo o desrespeito e crueldade; ela se comportava como um saco de pancadas.
O fundo do poço foi seu endereço por muitos anos; mas um dia, ela olhou para cima e percebeu um céu estrelado convidando-a a tentar algo novo, como ela não tinha nada a perder, decidiu tentar.
Sem dar satisfações a ninguém, ela começou a dar pequenos passos. Nesse novo caminhar, ela foi agraciada por pessoas e oportunidades que lhe mostraram aspectos positivos dela, até então, ignorados. Foi uma viagem para dentro de si, um caminho sem volta rumo à descoberta do seu próprio valor.
Hoje, ela é julgada como antissocial, mas na realidade, ela tornou-se seletiva. Ela está interessada em qualidade, não em quantidade de vínculos. O sexto sentido dela é aguçadíssimo, e ela nunca ousa ignorá-lo. Ela já não se ilude com tapinhas nas costas e bajulações, no fundo, ela sabe quem é quem.
Ela fala com todos, mas é amiga de poucos; ela aprendeu a dizer “não” sem ter que se explicar. Ela olha nos olhos e enxerga a essência, é perda de tempo tentar ludibriá-la.
Ela é desconfiada, sim, pois já levou rasteiras demais. Ela aprendeu a se retirar de onde não se sente confortável, porque, hoje, o seu maior compromisso é com o autocuidado.
Ela tornou-se preguiçosa para gente rasa, e dissimulada; mas está sempre disposta para pessoas que queiram acrescentar. Com ela, gente sonsa não se cria.
Sobre o amor, sorte de quem a encontrar agora, dona de si, cheia de intensidade e segura do que merece.
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