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Nuvem de gafanhotos: 400 aviões podem ser usados para aplicar agrotóxico nos insetos no RS

A nuvem de gafanhotos, ameaça que fez o Ministério da Agricultura declarar estado de emergência fitossanitária no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina no mês passado, volta a se aproximar do Brasil. Segundo avaliações das autoridades brasileiras, a principal maneira de combater o problema seria despejando agrotóxicos contra os insetos.

Especialistas, porém, avaliam que o método é extremamente prejudicial.

Atualmente a nuvem de gafanhotos está na província de Entre Ríos, na Argentina, nas proximidades com o Rio Grande do Sul e o Uruguai, como informou o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa, na sigla em espanhol), uma agência do governo argentino.

É estimado que os gafanhotos, da espécie Schistocerca cancellata, estejam a cerca de 120 quilômetros do município gaúcho de Barra do Quaraí — uma das menores distâncias desde os primeiros alertas sobre o tema. As autoridades locais já estão atentas para uma possível chegada dos insetos na região nos próximos dias.

De acordo com o governo do Rio Grande do Sul, o plano de combate aos insetos pode contar até, se necessário, com cerca de 400 aviões para aplicar o agrotóxico contra a nuvem.

“A nuvem tem muita mobilidade, então temos que agir rápido. Temos parcerias com diferentes entidades rurais para aplicação aérea e terrestre de defensivo para combatermos os gafanhotos”, disse Ricardo Felicetti, Chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.

Segundo especialistas, o uso de agrotóxico é extremamente inadequado para enfrentar os gafanhotos e pode causar sérios danos às pessoas e ao meio ambiente.

“Entendo medidas desesperadas. Mas com isso vão envenenar muito mais do que os gafanhotos”, afirma o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, um dos coordenadores do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos.

“Penso que o Estado deva buscar uma solução para induzir os gafanhotos a pousarem. No solo, causarão enorme estrago, mas poderão ser destruídos de diversas maneiras (sem o uso de agrotóxico)”, afirmou o engenheiro.

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Redação CONTI outra. Com informações de Época
Na capa: Gafanhoto da espécie Schistocerca cancellata localizado na Argentina, em meio à nuvem de insetos Foto: Divulgação/Senasa

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