Drummond dizia que “amor é o que se aprende no limite, depois de se arquivar toda a ciência, herdada, ouvida; amor começa tarde”. Penso que confundimos a vontade de desvendar o outro, a sede insaciável da presença e a admiração, com o amor. O amor, mesmo, é o que começa tarde.
O amor começa não na magia embriagante que é, munidos de uma curiosidade que reduz o mundo ao outro, tocar uma vida pela primeira vez; mas no encantamento que resiste – e aumenta – quando a convivência já houver recheado nossa memória com registros de todas as variações minúsculas de gestos e sorrisos que dela provêm; quando as marcas de loucura já tiverem sido captadas e tomadas como poesia e o sofrimento alheio escorrido de nossos olhos.
O amor começa não nos diálogos agradáveis e engraçados, não no bem estar e admiração mútuas que as palavras trocadas são capazes de fornecer: isso é o que nos convida a abrir a porta e ir deixando alguém entrar. O amor começa tarde. Começa quando nem todos os momentos compartilhados requerem palavras que externem aquilo que se sente, simplesmente por estarmos tão conectados a alguém a ponto de olhar nos olhos e apenas com uma troca de sorrisos carregar a tranquilidade que o nosso coração sente ao confirmar que o do outro está sentindo o mesmo, de que ele está ali, compartilhando daquele momento com a mesma intensidade e o enxergando através das mesmas lentes: aquelas moldadas pelos arquivos diários e silenciosos do amor.
O amor começa não só na euforia das noites de sexta-feira, mas nos tédios compartilhados de domingo; não só na sinfonia do encontro de timbres, mas no descobrimento da paz que mora dentro dos silêncios cotidianos. O amor começa depois. Depois que aquela vida que nos tira o ar tantas vezes, for também a mesma que, simplesmente por existir e respirar, nos dá coragem e vontade de continuar fazendo o mesmo.
Se você é fã de comédias românticas, provavelmente já ouviu falar de "Como Perder um…
É impossível resistir aos seis deliciosos episódios desta série que está disponível na Netflix.
Poucas pessoas conseguem passar pelos 14 minutos arrebatadores deste filme sem derramar uma única lágrima.
Como estudantes, muitas vezes nos deparamos com imagens de texto que talvez precisemos incluir em…
O poema "Ozymandias", escrito por Percy Shelley em 1818, traz à tona reflexões sobre a…
Um filme que pode ser visto por toda a família e que toca o coração…