Por Rosana Braga
Que você e todo mundo quer ser feliz no amor, isso é óbvio! E até deveria ser óbvio também se sentir merecedor dessa felicidade na área afetiva. Mas, pelas mais diferentes e inimagináveis razões, muita gente, bem lá no fundo, não se sente merecedora!
E o maior problema, na verdade, talvez nem seja não se sentir. Porque para isso existe solução. O maior problema é a pessoa achar que merece, mas viver como se não merecesse. Ou seja, nem saber que está agindo como alguém que aceita migalhas, que implora amor, que não coloca limites para o outro, que não sabe dizer ‘não’, que desconsidera seus desejos, engole sapos atrás de sapos e está sempre se sentindo inferior, menos do que os outros.
É a típica pessoa insegura, com baixa autoestima, mas que veste uma máscara de forte, segura e confiante e vai vivendo aos trancos e barrancos. Só que sua aparência não é suficiente para que ela pare de se sentir sempre com uma dor no peito, com uma tristeza que faz doer a garganta, com uma sensação de que o melhor da vida está a uma distância impossível de alcançar.
Pois é, se você se sente assim, a questão é uma só: enquanto você não enxergar a si mesmo, incluindo suas qualidades e suas limitações, acolhendo, respeitando e amando quem você é, ninguém mais vai saber fazer isso. Simplesmente porque as pessoas nos tratam exatamente como a gente mesma se trata. É inconsciente e infalível!
Se você vive criticando, julgando e rotulando a si mesmo, com medo de falar o que pensa, de incomodar ou de se colocar e ser humilhado, é assim, exatamente assim, que a pessoa com quem você se relacionar tende a te tratar. Essa é a mensagem que ela recebe sem nem perceber. É isso que ela acaba vendo em você, apesar de sua aparência talvez forte e segura.
E, no final das contas, é para isso que servem os relacionamentos: para nos mostrar de que forma temos nos tratado. Porque a qualidade do amor que recebemos é exatamente a mesma qualidade do amor que damos a nós mesmos. Mas a maioria das pessoas ainda acredita que recebe o mesmo amor que dá aos outros. Não! A gente recebe o mesmo amor que dá a si mesma. Essa é a matemática. Essa é a fórmula.
Você pode tratar o outro super bem, ser uma pessoa carinhosa, atenciosa e fiel. Mas se você não se tratar bem, não é carinhosa, atenciosa e fiel a si mesma, aos seus sentimentos e desejos, ao que pensa e ao que quer, então o outro não saberá te tratar diferente disso.
E quer saber? Bem lá no fundo, você já sabia disso! Você sabe que quando se valoriza e se respeita, o outro fica a fim, admira quem você é e, se não rolar namoro, rola ao menos uma gratificante e prazerosa amizade! Daquelas que fazem o encontro valer a pena pelo simples fato de te mostrar que se não foi dessa vez, você está ainda mais e mais perto de viver o amor que deseja com quem tem absolutamente tudo a ver com você!
* Rosana Braga é consultora de relacionamento do ParPerfeito, psicóloga, palestrante, jornalista e escritora.