E lá pelas tantas alguém reclama de falta de amor. Falta de amor! A gente entende, ora não diz nada para não contrariar, ora tenta consolar a pessoa, “não fica assim, fulana… levanta a cabeça, beltrano… respira, sicrana…”. A gente tenta, tenta honestamente suavizar a coisa, quando na verdade devia é dizer na lata, na cara: “pode ser, mas não é por falta de opção, ahh… não é, não!”.
Ahh… pessoa amiga, tem tanto jeito de dar e receber amor por aí, à espera! O amor é um bicho de muitos nomes. É trabalho de cada um escolher o seu e sair amando de qualquer sorte, do jeito que dá.
Quem tem amigos, amigos mesmo, sabe que amizade é sinônimo de amor. Aquele sentimento de ser pessoa querida e querer bem de volta. Sensação de estar em casa, em qualquer lugar do mundo, quando se está ao lado de gente amiga. Não tem remédio mais útil para os dias de desamor.
Gente gentil, então, tem a alma cheia de amor. Gentileza é amor com outro nome.
Saudade também. Saudade se chama amor. É quando a gente gosta do que já foi, e o que já foi segue causando um friozinho amoroso aqui dentro.
Respeito. Quem ama respeita. Respeitemo-nos descaradamente! E solidariedade, então? Solidariedade, palavra com a qual alguém teve a cara de pau de batizar um partido político, é amor na prática. Pessoas solidárias são amorosos incontroláveis, tomados da vontade de ajudar.
Trabalho! Tem coisa mais parecida com amor que alguém dedicado honestamente ao seu ofício? Trabalho também é amor e gente esforçada, tomada de um sentimento bom, desperta amor nas outras.
O amor tem muitos nomes. É apreço, carinho, humildade, estima, bondade, compreensão e tantos, tantos outros. Só não encontra quem não quer. Ele só falta a quem não sabe reconhecê-lo por aí e àqueles que, sobretudo, esquecem de achá-lo e cultivá-lo primeiro em seu lá dentro.
A gente sabe. Companhias amorosas podem faltar. Amor, com qualquer nome, não há de rarear jamais. Cada um que escolha o seu. E a vida que faça o resto.
Ilustração de capa: Nidhi Chanani
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