O cavalo perdido é uma fábula popular na China e, há muitos anos, nos ensina a fazer uma reflexão mais profunda e sábia sobre aquilo que acontece em nossas vidas, sem nos apressarmos para julgá-las como boas ou ruins.
Ele era um bom homem, que foi criado por uma família que valorizava o amor e o altruísmo. Por isso, era muito respeitado e admirado por todas as pessoas em ao seu redor. As pessoas da vila também enxergavam esse fazendeiro como um homem muito sábio e, por isso, o consultavam sempre que precisavam de uma orientação em suas vidas. Ele tratava a todos com carinho e , oferecendo palavras de conforto e positividade, e semeava a paz por onde passava. Um belo dia, o fazendeiro estava em sua fazenda tranquila, quando percebeu um cavalo se aproximando, ele não sabia de onde nem porque o animal chegara em suas terras, mas não impediu sua entrada. O cavalo era muito branco e parecia bem cuidado, possuía uma elegância natural e parecia ser puro sangue. Passavam-se os dias e o cavalo não ia embora, então o fazendo o acolheu e o animal passou a morar em suas terras.
As pessoas que moravam na vila souberam da novidade e logo começaram a comentar sobre. De acordo com as leis da vila, como o cavalo havia chegado à fazenda aparentemente pela própria vontade, ele passou a pertencer ao fazendeiro. Então, sempre que alguém via o fazendeiro, comentava: “Nossa, que sorte!”, “Parabéns! Esta é uma boa novidade”, mas o homem, sempre muito sensato, apenas respondia: “Talvez… muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”. Nem todo mundo entendia o pensamento do homem e passaram a considerá-lo ingrato e mal-agradecido. Afinal, não é todo dia que um cavalo puro-sangue que custa muito dinheiro aparece repentinamente em suas terras e você se torna seu dono. Como isso não poderia ser uma grande sorte?! Depois de uns meses, o inverno chegou na vila e, em uma manhã, quando o fazendeiro se levantou, percebeu que a porta do estábulo, onde o cavalo ficava, estava aberta e ele tinha ido embora ou tinha sido roubado. Como de costume, a notícia se espalhou rapidamente pela aldeia e os vizinhos começaram a aparecer para prestar seus sentimentos ao fazendeiro. No entanto, o homem parecia calmo e os confortou dizendo que estava tudo bem. Novamente, repetiu a frase: “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”. As pessoas, ainda sem entender seu comportamento, pensavam que estava louco.
O fazendeiro já não esperava o retorno do cavalo, e seguiu sua vida, como de costume, até que em uma tarde de primavera, enquanto trabalhava em suas terras, ele ouviu um rugido vindo de longe. Quando olhou para frente, pôde perceber a figura do seu cavalo perdido, com o pelo mais brilhante do que nunca. No entanto, ele não estava sozinho, mais 20 outros cavalos, tão incríveis quanto o seu, o acompanhavam. O fazendeiro ficou emocionado com a cena. Os animais, seguidos por seu líder, também permaneceram na fazenda, e também se tornaram propriedade do homem. Os vizinhos da vila novamente ficaram espantados com a sorte do homem e os parabenizaram infinitamente. Ele, humilde como sempre, apenas respondeu: “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”.
O fazendeiro não era um homem ambicioso, mas também não era ingrato. Apesar do que muitos pensavam, ele não estava se desfazendo dos cavalos que chegaram em suas terras, apenas enxergava além do que muitos podiam ver. Ele sabia que nem tudo eram flores e que os cavalos, apesar de lindos, eram selvagens e precisavam ser domados, um por um, o que demandava muito tempo, ainda mais com apenas ele e seu filho para fazer o trabalho. No começo do outono, o filho do fazendeiro decidiu domar o mais selvagem dos cavalos, e apesar de ser experiente, teve uma das pernas quebradas pelo cavalo. Os vizinhos, novamente sabendo da notícia, levaram remédios para o filho do fazendeiro e disseram ao pai: “Sentimos muito… que azar vocês tiveram!” Como de costume, o fazendeiro respondeu apenas: “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”. Depois de uma semana, a guerra na China começou. O imperador recrutou todos os jovens da aldeia. O único que foi salvo foi o filho do fazendeiro, porque não estava em condições de lutar, devido à perna quebrada. Foi só nesse momento que as pessoas da vila conseguiram entender o pensamento do fazendeiro. “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”, precisamos aprender a enxergar as situações de nossas vidas com sabedoria e consciência, porque nem sempre as coisas são o que parecem. Desde então, essa fábula chinesa é contada de geração em geração, para que ninguém esqueça que nada é bom ou ruim por si só, mas depende do papel que desempenha em nossas vidas. Nesse caso, a aparição dos cavalos, depois de uma maldição, provou-se uma bênção, porque poupou o filho do homem dos horrores da guerra, mas nem sempre podemos julgar as coisas com tanta rapidez, porque podemos nos surpreender.
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Fonte indicada: topbuzz
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