Confesso que sempre tive uma invejinha branca dessa gente precavida. Gente que faz previdência privada. Gente que faz lista de compras antes de ir ao supermercado – e segue a tal a risca, não compra sequer um item supérfluo. Gente que planeja viagem com dois anos de antecedência. Gente que compra terreno pra construir casa.
Essa gente que vive com um pé no futuro e outro no presente sempre foi um completo mistério para mim. Quando tento me ocupar do futuro arco com as consequências desastrosas de uma crise de ansiedade.
Eu não consigo nem decidir de véspera a roupa que vou usar no dia seguinte. Juro que já tentei! Mas isso exige de mim um exercício de projeção tão árduo que o “crime” acaba não compensando.
Ir ao futuro previamente me deixa exausta. É como se eu estivesse vivendo dentro de um daqueles filmes de ficção, em que a pessoa se desintegra em plena Revolução Francesa e desembarca numa nave espacial rumo a uma colônia de férias em Marte.
Minha alma é meio nostálgica. Curte dar uns pulinhos em histórias antigas, passadas, findas.
Vivo com saudades de alguma coisa, ou de alguém. Mas isso também me exaure. É a viagem inversa daquele filme de ficção.
O pior é que muitas vezes, numas viagens dessas a lugares de outras horas, eu fico apegada às vidas que já vivi e que não me servem mais. Fico sem vontade de voltar.
E não foi assim “de estalo” ou sem querer, que acabei aprendendo que a gente não tem nenhum controle sobre o amanhã. Muito menos, temos poderes para alterar o que já ficou pra trás.
Aprendi a olhar pro dia de hoje como um daqueles presentes caprichados pra despertar alegria na gente. Aqueles presentes caprichosamente arrumados numa caixinha linda, colocada dentro de outra caixa igualmente bela, acomodada dentro de outra maior e bonita de tirar o fôlego… E, tudo isso dentro de um daqueles papéis de celofane… brilhantes, difusos, musicais ao toque.
E se for mesmo um daqueles dias de sorte, todo o presente virá envolto em muitos metros de plástico bolha!
O futuro é incontrolável. Mas o dia de hoje está exatamente na palma da sua mão. Olhe para ele com os olhos ávidos de uma criança e com a alma tranquila de um monge tibetano. Ambos, a criança e o monge têm uma sabedoria que vale por tudo: a vida é pra ser saboreada, não para nos fazer engasgar!
Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “Ponte para Terabítia”
Uma cena inusitada e carregada de simbolismo marcou o Cemitério da Saudade, em Sumaré (SP),…
Na charmosa cidade de Lucerna, às margens do Lago dos Quatro Cantões, encontra-se a histórica…
Jeniffer Castro, bancária que ganhou notoriedade após se recusar a trocar seu assento na janela…
A mais ousada e provocante das séries japonesas disponíveis na Netflix talvez ainda não tenha…
Muitas vezes, a sensação de estagnação, aquela percepção de que não estamos progredindo em nossas…
Com as temperaturas em alta, encontrar formas econômicas e eficientes de aliviar o calor é…