Por Claudia Antunes
A cinzenta Hamburgo, cidade portuária alemã, teve a oportunidade de hospedar, na mesma temporada, um cantor e guitarrista inglês de talento precoce, que aos 20 anos já pisava em palcos europeus, apresentando-se com bandas de jazz e skiffle, ritmo muito próximo ao rock e rockabilly.
Em outro ponto da cidade, num quarto mínimo que ficava dentro de um cinema, escondido atrás da tela e colado ao banheiro que cheirava mal, se apertavam quatro jovens ingleses, oriundos de Liverpool.
Deixando a escola nos anos 50, Tony Sheridan, o guitarrista inglês, foi escalado para acompanhar monstros sagrados como Gene Vincent e Eddie Cochran e acabou líder da banda na qual tocava. Sheridan ia para a TV com a cara e a coragem de um veterano, onde interpretava suas canções para plateias norte-americanas, em puro delírio.
Nas zonas de meretrício de Hamburgo, frequentadas por marinheiros embriagados e briguentos, os rapazes de Liverpool tentavam a sorte, cantando nas casas noturnas do cais do porto. A apresentação atravessava a noite e chegava a durar até oito horas seguidas. Os garçons forneciam anfetaminas para que conseguissem cumprir a longa etapa no palco.
Tony Sheridan conheceu seus conterrâneos e, de alguma, forma, ajudou-os a se estabelecer nas hostis e exploradoras boates daquela região.
A simpatia de Tony Sheridan pelos meninos foi gratuita e retribuída com indisfarçável admiração. Quando Tony resolveu gravar em estúdio local algumas das composições mais simples e já conhecidas, solicitou a presença dos rapazes como banda de apoio.
Uma destas gravações foi ‘My Bonnie’, música folclórica que passou por arranjos de guitarra e ganhou vocais dos meninos, conhecidos como The Beatles.
Pouco tempo depois, em Liverpool, quatro pessoas foram à loja de discos de um certo Brian Epstein, que se gabava de não deixar nenhum cliente a ver navios. Não tendo o disco ‘My Bonnie’ solicitado por seus clientes, foi à procura dele e encontrou muito mais do que isso.
Encantado com o carisma dos quatro rapazes de Liverpool, Brian tornou-se empresário da banda, trocou o visual despojado de suas calças e jaquetas de couro por terninhos bem cortados que seriam copiados no mundo todo, substituiu Pete Best por Ringo Starr e lançou os Beatles ao estrelato, em 1962.
Neste último sábado (16 de fevereiro), Tony Sheridan morreu aos 72, a idade atual de Ringo Starr. Hamburgo ficou mais triste com a partida de Tony, que fixou moradia na cidade. O músico brilhou por si próprio e pela parceria que revelaria The Beatles ao mundo.
Existem encontros que foram planejados no céu, dizem…
Claudia Antunes é carioca, jornalista e já trabalhou em jornais como Jornal da Tarde (SP), O Estado de S. Paulo, Jornal do Commercio e Tribuna da Imprensa e nas Revistas Manchete, Fatos & Fotos e Visão (atual Isto É). Jardim Botânico do Rio de Janeiro e INEA.
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