“Cada poema é uma garrafa de náufrago jogada às águas… Quem a encontra, salva-se a si mesmo.”
Mário Quintana
A velha manhã anuncia que já não é mais hora para ti. O dia é um grande castrador da embriaguez. Nenhuma nau está atracada no porto do meu silêncio, embora eu deseje quebrar-te para desejar os bons ventos e as calmarias às viagens aos horizontes.
O vinho envelhece, agonizando em maestria, em teus contornos. Suicidas se aproveitam da tua vulnerabilidade para dar cabo às suas vidas, em gestos de desrespeito com a tua integridade.
Selas as amizades, ao seres desvirginada pelos companheiros fartos de realidade. Inauguras os amores, nas noites primeiras. E também és cúmplice dos olhares últimos, já extintos de paixão.
Fazes a solitude tornar-se diáfana. Não há isolamento que não sonhe em presenças. Armazenas a ti mesma, mesquinha que és, como troféu incógnito das madrugadas.
Tatuas as memórias mais cruéis, os amores perdidos, em devaneios de oceano. És requinte das bruxas, em rituais de primavera. Fornecida de graça, vestida de água, nas mesas dos restaurantes europeus.
Enclausuras a poesia que não pode ser degustada. Povoas as minhas reminiscências de infância, nos almoços desprovidos de maldade. Oferecem-te flores, e já não existes em essência.
Abrigas as conchas, desavisadas da tua missão. Encontram-te quando estão perdidos. Invocam-te quando as esperanças foram esgotadas. Almejam a única gota que ainda carregas no ventre, exausta de gravidez.
Guardam-te, anos e mais anos, para celebrar os casamentos. Confidente dos ébrios, estás envolta pelos dedos crestados de imundície. Ah, tua história fenícia e milenar! Quão bela não te sentes agora?
Mas tu, meio de transporte, uniforme de lágrimas, símbolo dos romantismos absurdos, berço dos poemas, figurante das alegrias, amante escura das ondas violentas. Talvez tu sejas apenas eu, este invólucro de segredos que anseia pela deriva em alto mar.
Mariana Portela
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