Imagem de capa: Kvitka Fabian/shutterstock
O melhor momento é qualquer um. Qualquer um em que as palavras faltem, que representem menos do que uma boa encarada, que não sejam tão expressivas quanto uma saída silenciosa.
O melhor momento é sempre aquele em que a certeza é tão avassaladora que nenhum argumento pode abalar. Falar, discutir, pontuar, tudo isso abre portas para justificativas e argumentações. Silenciar, finaliza a questão.
O melhor momento é também aquele de perplexidade, êxtase, encantamento. Aquele momento em que palavra nenhuma é capaz de descrever. Fala-se portanto, pelo silêncio.
Na vida diária, são incontáveis os momentos em que calar é mais jogo para todo mundo.
Perante uma grosseria gratuita e injustificada, diante de uma provocação, como respostas às perguntas que não querem ser respondidas… Falar sem dizer nada é mais corajoso do que se armar de palavras que ferem, magoam e, assim que ditas, chamam o arrependimento.
A comunicação dispensa palavras. O silêncio grita forte, o olhar fala com firmeza, a postura confirma o que se quer transmitir. Muitas vezes as palavras servem de enfeite, outras tantas, de barreira.
Mais importante do que ter assunto para falar, é ter consciência da hora que se deve calar. Deixar o outro pensar, raciocinar, analisar. Não se ganha nada em fazer o esforço de viver sugerindo assuntos ao outro. É como inventar um diálogo, ensinar as reações, guiar o desfecho.
Guardar para si as palavras, para que o outro tenha espaço para se manifestar.
O silêncio é amigo que mostra como andam barulhentos os pensamentos. Não se deve sair vomitando tudo a todos, da mesma forma que não se deve deixar ninguém sem respostas. A forma como se responde é proporcional ao grau de convencimento necessário.
Se você crê que tudo é conquistado com longos discursos, experimente apenas uma vez fazer o inverso. O resultado pode te deixar sem palavras!
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