Marcel Camargo

O mundo é redondo, mas há idiotas por todos os cantos

Ultimamente, existem variadas formas de interações entre as pessoas, haja vista as redes sociais virtuais, pelas quais são expressas opiniões sobre os mais variados assuntos de forma explícita. Além dos amigos, colegas e conhecidos da vida, agregamos ao nosso círculo de relacionamentos os amigos virtuais, sendo que muitos deles, inclusive, nem conhecemos pessoalmente. E, assim, além de pessoas desagradáveis no dia-a-dia, também as encontramos pela internet.

É incrível, mas certos indivíduos conseguem aborrecer os outros onde e de onde quer que estejam, como se o prazer deles fosse contrariar, discordar, incomodar. Muitas vezes, opinam sem ser convidados, seja na roda de amigos, seja nas postagens virtuais. Possuem um dom interminável para falar asneiras, para tirar sarro de uma forma deseducada, para dar o contra e tomar posições polêmicas.

São os “problematizadores chiques”, que veem em tudo algo com o que gerar algum tipo de polêmica, enxergando conspirações e maquinações em situações das mais banais e triviais possíveis. Muitos deles perdem a compostura, esquecendo-se de mínimas regras de convivência, falando o que não deveriam para quem não merece, desmerecendo grupos sociais, conquistas de direitos, lutas políticas. Parece que não refletem sobre o que dizem, de tão absurdas que são muitas de suas colocações.

Pessoas desagradáveis, que incomodam e ferem com palavras e atitudes, estão por aí, aos montes, azucrinando até aqueles que nem conhecem direito. Porque tem gente que deve se sentir tão mal, tão pequena e desprezível, que passa a tentar diminuir os outros, na tentativa de se sentir menos pior. Gente amarga, infeliz, que não sabe admirar, só sabe invejar. Por isso é que não saem do lugar e, pior, não aceitam que ninguém saia também.

Por mais que pareça impossível, o que nos resguardará de gastarmos energia com quem não merece sempre será ignorar, fazer-se de desentendido, de surdo mesmo, quando nos depararmos com essas pessoas. Exercitar a nossa capacidade de abstrair e fingir demência nos distanciará de embates infrutíferos com quem nunca será capaz de ouvir ninguém. Ou isso, ou esgotamos todas as nossas forças, que devem ser usadas junto a quem nos ama, gente sincera, verdadeira e agradável. É assim que a gente sobrevive e vive melhor.

Imagem de capa: ArtFamily/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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