Fabrício Carpinejar
Acredito que não vem vingando a proposta de unir celebridades e candidatos no BBB. Pois não há igualdade de verdade lá dentro.
Na prova do bate e volta, que consistia em acertar a torneira de chuveiro com água entre dezenas de tanques, Karol recebeu escancarado benefício para escapar do paredão: ela falou o número errado, que já havia sido escolhido antes. Deveria ter memorizado as opções descartadas. O jogo da sorte era também de memória.
Mas, generosamente, contou com a chance de optar por um outro número, e ainda desfrutou do luxo de caminhar diante dos registros dos chuveiros para ver qual ainda estava deitado. Não seguiu a instrução de nominar a alternativa da linha central, com o campo visual bloqueado. Definiu pelo único disponível e ganhou imunidade.
Daí ela confessou, aliviada, que foi um sinal do universo. Todos perceberam que foi um favorecimento da produção. Seu discurso de que ela agora ganhava uma semana para mudar também é duvidoso. Afinal, em nenhum momento do programa, pediu desculpa.
Parece que sopraram as palavras em seu ouvido para diminuir a sua rejeição e salvar a sua carreira.
Além de ser a responsável direta pela saída de Lucas, o paredão acabou sendo formado por quem ela perseguia: Juliette, Gil e Bil, do grupo Pipoca. Muito cômodo para colocar panos quentes na convivência e garantir a sobrevida.
É eliminado um dos seus desafetos e ela segue influente para a casa, com uma rotina mais fácil, justificando as suas atitudes discriminatórias e renovando a razão para os seus surtos de ódio. Com os atenuantes do tempo, logo haverá a narrativa de que não cometeu tortura, que apenas tem personalidade forte e geniosa.
Os participantes entenderão que estava certa – o público, num beco sem saída, votou a favor pelo fim de um dos seus rivais.
Se Acrebiano (Bil) sair, será condenado por não querer ficar com ela. A relação inteira surgiu dela, de modo unilateral, num amor platônico, sujo e coercitivo, cheio de ciúme e fofoca, com envolvimento de inocentes como Carla. O que é essa possessividade louca, de não permitir que ninguém possa olhar para o Bil, já que é o homem que definiu para si?
Está mais perto da natureza do assédio do que da cantada. Ele nunca disse que estava a fim, nunca ofereceu sinais de correspondência.
Bil se ferrou porque é calado e introspectivo e tem o hábito de ficar na sua diante de uma calúnia. Não é do seu feitio partir para o enfrentamento. Terminou sendo considerado omisso quando é mais uma vítima da soberba da Karol.
Se Juliette sair, será formalizada a xenofobia contra o Nordeste.
Se Gil sair, será calada a única voz de oposição às suas maldades.
Por que não entregam o prêmio para ela por antecipação, se as cartas estão marcadas para os artistas?
Ela tinha que ser desclassificada por mau comportamento, tudo o que aconteceu de ruim partiu de seu veneno. Tudo: as tretas, os barracos. Comandou os ataques e ameaças covardes sobre os mais vulneráveis.
Só que é progressivamente protegida para uma eventual redenção.
E nem mencionei o vazamento do áudio com Projota, que mostra o quanto ele está sendo orientado com informações externas, em claros indícios de privilégio.
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Abaixo, a publicação original na página do autor:
O PAREDÃO PERFEITO PARA KAROL
Fabrício Carpinejar
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Publicado por Fabrício Carpinejar em Segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021
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